Tucano João Doria lidera disputa pela prefeitura de SP; Alckmin por enquanto é o vencedor político

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Na segunda-feira (26), pesquisa Ibope mostrou que na disputa pela prefeitura paulistana o candidato tucano João Doria lidera com 28% das intenções de voto, seguido por Celso Russomanno, do PRB, com 24% e Marta Suplicy, do PMDB, com 15%.

Nesta terça-feira (27), faltando apenas cinco dias para as eleições municipais, nova pesquisa Datafolha mostra Doria (PSDB) na liderança com 30% das intenções de voto. Em segundo lugar, mas com diferença ligeiramente maior, Russomanno aparece com 22%, seguido por Marta Suplicy, com 15%.

A se confirmar nas urnas o resultado das pesquisas eleitorais, João Doria tem chance de, no segundo turno, derrotar Celso Russomanno e ser eleito prefeito da maior e mais importante cidade brasileira. Isso porque na simulação de eventual disputa entre Doria e Russomanno em um segundo “round”, o tucano venceria com 42%, contra 37% do adversário.

Os resultados de ambas as pesquisas mostram pelo menos dois fatos políticos a serem considerados. Uma eventual vitória de João Doria na disputa pelo trono paulistano antecipará o cenário da corrida presidencial de 2018, já que a capital paulista é a vitrine política do País, além de ser o berço de três importantes partidos: PMDB, PSDB e PT.

O segundo cenário, talvez o mais trepidante, é que a eventual eleição de Doria aumentará o cacife político do governador Geraldo Alckmin, que nos últimos tempos vive fase de escassez de boas notícias. Isso fará com que Alckmin ganhe musculatura política para entrar na briga do PSDB pela indicação do candidato da legenda ao Palácio do Planalto.


Como se sabe, historicamente o PSDB é uma legenda em permanente cizânia, pois seus caciques preferem cultuar a discórdia, em vez de buscar a união. Geraldo Alckmim contrariou tucanos de fina plumagem e bancou a candidatura de João Doria, o que provocou mais um racha no partido.

Tucano histórico, Andrea Matarazzo deixou o partido ao discordar da forma como se deu a escolha de Doria como candidato à prefeitura paulistana. Filiado ao PSDB, Matarazzo teve de se contentar com o posto e candidato a vice na chapa da ex-petista, agora peemedebista, Marta Suplicy. Acontece que Matarazzo tinha o apoio de figuras de destaque no PSDB, como FHC, José Serra e Alberto Goldman. Mesmo assim, quem quiser sonhar com o Palácio do Planalto terá de beijar a mão de Alckmin e fazer um afago em Doria, mesmo que esse não se eleja.

Em outro ponto do complexo quadro está o senador mineiro Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e derrotado na eleição presidencial de 2014. Na condição de comandante do maior partido de oposição, Aécio deixou muito a desejar desde a sua derrota para a ex-presidente Dilma Rousseff.

Órfão de um discurso firme e convincente, Aécio não consegue se livrar da fama de “playboy” e do fato de ser o eterno neto de Tancredo Neves, o que não é demérito, mas dá margem para enxergar um capitão hereditário. Lembrando que entre Tancredo e Aécio há uma descomunal distância em termos de habilidade política.

Considerando que Aécio e Alckmin entrarão na briga pelo direito de ser o presidenciável dos tucanos, o governador paulista pode levar a melhor, mas antes é preciso combinar com os delegados do partido em todo o País. Diante dessa esperada disputa, José Serra poderá migrar para o PMDB, partido com o qual vem flertando há algum tempo. Não se deve descartar uma chapa encabeçada por Serra e com Henrique Meirelles como candidato a vice.

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