Aos 93 anos, morre em Israel o ex-primeiro-ministro Shimon Peres, ganhador do Nobel da Paz

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Morreu na madrugada desta quarta-feira (28) – horário israelense – o ex-primeiro-ministro e ex-presidente de Israel, Shimon Peres. Ganhador, ao lado de Yasser Arafat e Yitzak Rabin, do Prêmio Nobel da Paz, em 1994, pelos chamados Acordos de Paz de Oslo, Peres sofreu um acidente vascular-cerebral (AVC) e foi internado no último dia 13.

Dono de invejável habilidade para a negociação e sempre confiando no diálogo, Shimon Peres ganhou notoriedade por seu empenho para levar a paz ao Oriente Médio, com o propósito de permitir que Israel pudesse conviver com árabes e palestinos. Peres apostou na cooperação econômica entre os países da região como forma de conquistar a paz.

Nascido a 2 de agosto de 1923, em Vichnev, cidade que à época fazia parte da Polônia, mas atualmente pertence à Belarus, Peres tinha 11 anos quando mudou-se para um território que era a “Palestina sob Mandato Britânico”, para onde milhares de judeus seguiam com o objetivo de estabelecer um Estado.

Shimon Peres viveu, durante alguns anos, em local próximo ao lago Tiberíades, onde estudou e em seguida passou a integrar grupos de jovens socialistas.

Na década de 50, Peres tornou-se “pupilo” de Davi Ben Gurion, criador do Estado Judeu (1948). Em 1959 entrou para a política e foi eleito ao Parlamento israelense, sendo reeleito de forma sucessiva.


Com 29 anos de idade, quatro anos após seu encontro com Ben Gurion, Peres foi nomeado diretor-geral do ministério da Defesa, responsável pelas poderosas fábricas de armas e indústrias aeronáuticas israelenses, o que permitiu ao país derrotar os árabes em pelo menos cinco guerras.

No Partido Trabalhista, do qual foi um dirigente histórico, Shimon Peres conseguiu apenas alternar a liderança do governo após a eleição de 1984, quando ocorreu um virtual empate com o conservador Likud, de Yitzhak Shamir. Peres assumiu o posto de primeiro-ministro, no qual ficou até 1986.

Após ocupar o cargo de ministro do Exterior no governo de Yitzhak Rabin, assassinado em 1995, Peres exerceu novamente a função de primeiro-ministro de forma interina. Rabin e Peres foram os artífices da histórica declaração de princípios para negociar a paz, assinada por Israel com os palestinos em 1993.

Entre 2007 e 2014 assumiu a presidência israelense, cargo representativo, mas com a responsabilidade de cuidar da articulação entre os três Poderes do Estado e o povo.

Ao longo dos setes anos em que esteve na presidência, Shimon Peres soube usar o mandato para promover uma mensagem a favor da paz. Nesse período, em várias ocasiões deixou de lado sua conhecida neutralidade institucional para fazer oposição ao Benjamin Netanyahu.

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