Crise no setor automobilístico nacional continua; produção de veículos caiu 2,2% em setembro

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O setor automotivo nacional viveu um momento de “lua de mel” no período em que o petista Lula, ainda na Presidência, decidiu que era preciso consumir aos bolhões para enfrentar os efeitos da crise internacional que ele preferiu classificar como “marolinha”.

A onda de consumismo só foi possível porque os bancos aderiram ao movimento e instituíram o crédito fácil, permitindo que o cidadão saísse às compras sem ter capacidade de geração de renda para honrar os compromissos financeiros.

O clima de romance acabou ainda no primeiro governo de Dilma Rousseff e de lá para cá o setor vem acumulando dados nada animadores. De acordo com a associação dos fabricantes do setor, a ANFAVEA, a produção de veículos no Brasil recuou 2,2% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2015.

Nono mês do ano foram montados no total 170.815 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. Trata-se do menor número para o mês de setembro desde 2003, quando saíram das fábricas 155 mil unidades. O volume mostra certa estabilidade com relação a agosto, que teve 177.726 unidades – uma diferença de apenas 3,9%.

“Observamos que uma de nossas associadas, que teve problemas, ajudou este número a ficar inferior”, disse o presidente da ANFAVEA, Antonio Megale, ao fazer referência à Volkswagen, que ficou praticamente parada durante metade de setembro.


No acumulado do ano, de janeiro a setembro, o setor automobilístico apresenta encolhimento de 18,5%, com 1,55 milhão de unidades fabricadas, contra 1,90 milhão no mesmo período de 2015.

A produção nacional de veículos nos nove primeiros meses do ano também voltou a patamar que supera apenas o de 2003, quando foram produzidas 1,21 milhão de unidades. Porém, a capacidade instalada das montadoras é muito maior no momento.

Esse cenário vem tirando o sono de muita gente, pois o setor de automóveis engloba não apenas as montadoras, mas os fabricantes de autopeças, que enfrentam a crise no molde estilo cascata.

A preocupação maior está no desemprego no setor, que, nos últimos doze meses, segundo a ANFAVEA, cortou 9 mil postos de trabalho, sendo que 5 mil no três primeiros trimestres deste ano.

“A queda de 1,1% no número de empregos de agosto a setembro se deve principalmente aos programas de demissões voluntárias”, explicou Megale.

As fabricantes de automóveis chegaram a empregar diretamente 160 mil trabalhadores em 2013, mas agora esse número é de 124 mil. Uma redução de 21% na mão de obra em três anos.

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