Lava-Jato: líder do PPS diz ser lamentável que um ex-presidente vire colecionador de denúncias

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A nova denúncia contra o ex-presidente Lula pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e corrupção passiva, desta vez no caso da sua atuação junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para liberação de empréstimos para obras da Odebrecht em Angola, que beneficiaram seu sobrinho Taiguara Rodrigues dos Santos, mostra que a cada dia o petista está mais desmoralizado diante da sociedade. A avaliação foi feita nesta segunda-feira (10) pelo líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), após a apresentação da denúncia pelo Ministério Público Federal (MPF).

Além de Lula e seu sobrinho, também foi denunciado o empresário Marcelo Odebrecht e outras oito pessoas. “É lamentável que um ex-presidente da República vire colecionador de denúncias. Suas mentiras e seu discurso populista não convencem mais ninguém. Ele está completamente desmoralizado. É o preço justo que está pagando por misturar o público com o privado e comandar uma organização criminosa que aparelhou o Estado brasileiro para desviar recursos da população para partidos, políticos e até para benefício pessoal”, disse Rubens Bueno.

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Lula já é réu em ação da Operação Lava-Jato em que é acusado de ter recebido R$ 3 milhões da construtora OAS por meio da reforma de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral paulista, e pagamento de um depósito para armazenamento de objetos pessoais. Também responde no Supremo Tribunal Federal (STF) a outra ação, juntamente com o ex-senador Delcídio Amaral e outras cinco pessoas, por obstruir as investigações da Lava-Jato ao tentar comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras.

“A cada dia fica mais claro que Lula era o verdadeiro comandante da organização criminosa que atua no país desde a época do mensalão. Lá atrás ele conseguiu sair ileso, mas hoje o cerco de fechou”, avalia o líder do PPS.


A nova denúncia, apresentada nesta segunda-feira, engloba repasses de R$ 30 milhões, de forma dissimulada, aos participantes do esquema que permitiram que a Obedrecht recebesse recursos do BNDES para realizar obras em Angola. Parte desses recursos foi para a empresa Exergia Brasil, criada em 2009 por Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho de Lula. Sem nenhuma experiência no ramo, pelo contrário, a empresa foi contratada pela empreiteira para atuar na obra de Angola. Por outro lado, Lula foi pago pela Odebrecht para realizar supostas palestras no exterior.

A denúncia mostra ainda que apenas em 2010, último ano do mandato presidencial de Lula, o BNDES aprovou oito contratos em favor da Odebrecht no valor total US$ 350 milhões. As liberações continuaram no governo Dilma, com o fechamento de outros 22 contratos que alcançaram US$ 2 bilhões.

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