Após quase dez anos como secretário de Segurança do RJ, José Mariano Beltrame pede demissão

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Nesta terça-feira (11), a assessoria de imprensa do governo do Rio de Janeiro confirmou que o secretário de Estado de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, pediu demissão do cargo, aceito pelo governador em exercício, Francisco Dornelles (PP). A saída de Beltrame também contou com o aval do governador licenciado, Luiz Fernando Pezão, que reconheceu a importância do trabalho do secretário.

Em entrevista, Luiz Fernando Pezão (PMDB), retorna ao comando do governo em novembro, pontuou que Beltrame estava “muito cansado”. “Ficar dez anos à frente de uma secretaria não é fácil”, comentou o peemedebista.

O anúncio acontece um dia após o tiroteio em Copacabana, na zona sul da capital fluminense, que deixou três suspeitos mortos, fechou o comércio local e alastrou o pavor entre os moradores.

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O secretário continuará à frente da pasta somente até o fim do segundo turno das eleições municipais, que acontece no dia 30 de outubro. De acordo com informações do Palácio Guanabara, sede do Executivo fluminense, o substituto ainda não foi escolhido, mas as apostas recaem sobre Roberto Sá, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da secretaria e braço direito de Beltrame.

José Mariano Beltrame completaria dez anos como secretário de Segurança do Rio em novembro. Ele fez carreira como delegado da Polícia Federal antes de assumir a função a convite do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).

Beltrame ficou conhecido por conta da política das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), que começou em 2008 e chegou ao seu auge em 2010, ano da tomada das comunidades do Complexo do Alemão.


Especula-se nos bastidores que o pedido de demissão de Beltrame, que já era esperado, ganhou força com a crise financeira que afeta o Rio de Janeiro e um eventual acordo para prestação de serviços de consultoria em segurança pública para o governo de São Paulo. Essa segunda hipótese ainda não foi confirmada.

Cuidar da segurança pública do Rio de Janeiro não é tarefa fácil, pelo contrário. A capital fluminense tem uma geografia que desfavorece o combate ao crime organizado, que nas últimas décadas cresceu de forma exponencial diante da incapacidade (ou má vontade) do governo federal de coibir o tráfico de drogas e o contrabando de armas nas fronteiras do País. Enquanto isso não for feito, qualquer medida para melhorar a segurança nos estados será inócua.

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