Investigações revelaram que o sírio Jaber al-Bakr, preso na segunda-feira (10) em Leipzig, no leste da Alemanha, planejava ataques terroristas em estações de trem e aeroportos do país, mais especificamente contra um dos aeroportos de Berlim, possivelmente a mando do “Estado Islâmico” (EI).
“Inicialmente tínhamos indícios de serviços de inteligência de que ele pretendia atacar trens na Alemanha. Por fim, os indícios se voltaram para aeroportos em Berlim”, afirmou Hans-Georg Maassen, presidente do Departamento de Proteção à Constituição, o serviço secreto interno alemão.
O departamento foi alertado no início de setembro, por serviços de inteligência da França e dos EUA, sobre um possível atentado do EI na Alemanha. Segundo Maassen, as autoridades só descobriram quem estava por trás dos planos na quinta-feira passada e, então, começaram a observar Bakr, de 22 anos.
O suspeito teria comprado cola quente na última sexta-feira. “Colocamos imediatamente todas as medidas em prática para conseguir capturá-lo, porque partimos do princípio de que esse poderia ser o último produto químico necessário para que ele fabricasse uma bomba”, disse Maassen.
Suspeito tentou comprar liberdade
Após forças de segurança encontrarem explosivos no apartamento em que Bakr vivia em Chemnitz, no último sábado (8), a polícia deu início a uma grande operação para capturá-lo. Ele foi preso em residência na cidade Leipzig (Saxônia), na madrugada da segunda-feira.
Bakr havia pedido a um compatriota, na estação de trem de Leipzig, para pernoitar na residência dele. Este disse que sim, mas ao descobrir quem era Bakr, o hospedeiro avisou a polícia e, junto com outro sírio, o manteve amarrado até a chegada dos policiais. Segundo reportagem do tabloide “Bild”, Bakr teria oferecido mil euros e 200 dólares em troca de sua liberdade, mas os dois homens recusaram.
De acordo com as autoridades, foi encontrado na residência de Bakr o explosivo peróxido de acetona (TATP), o mesmo usado pelos terroristas dos recentes ataques em Paris e Bruxelas. Segundo as investigações, o comportamento de Bakr sugere ligação com o “Estado Islâmico”.
O jovem sírio chegou à Alemanha em meio ao fluxo de refugiados em fevereiro de 2015, tendo sido registrado num centro de acolhimento em Munique. Um dia depois, ele foi transferido para Chemnitz. Ele recebeu uma permissão de residência no país de três anos. (Com agências internacionais)