Em poder do grupo extremista nigeriano Boko Haram por mais de dois anos, 21 estudantes de Chibok foram libertadas. Após o resgate, finalmente as jovens puderam reunir-se com suas famílias, no domingo (16), em Abuja. As adolescentes foram entregues ao governo na última quinta-feira (13), após serem trocadas por quatro membros de alto-escalão do grupo terrorista.
Em cerimônia religiosa cristã organizada pelos Serviços de Segurança nigerianos (DSS), celebrada em sua homenagem, uma das estudantes libertadas contou que chegou a viver durante um mês e dez dias sem comida e que as meninas quase foram atingidas por uma bomba do exército nigeriano. “Damos graças a Deus por termos nos reunido hoje de novo”, agradeceu, visivelmente emocionada e debilitada pela fome.
O DSS orquestrou sua libertação com ajuda da Cruz Vermelha e do governo da Suíça. Convertidas ao islã após o sequestro, como afirmou em vídeo o líder do grupo, Abubakar Shekau, as estudantes de Chibok não “podiam rezar como fazem hoje”, afirmou a jovem.
A cerimônia foi interrompida quando os pais das jovens, raptadas em abril de 2014, começaram a chorar bastante, abraçando-as. Traumatizas, as adolescentes passaram por uma avaliação médica e psicológica antes de serem entregues às famílias. Muitas foram forçadas a casar com combatentes do Boko Haram e tiveram bebês no cativeiro.
O ministro de Informação, Lai Mohamed, fez um discurso na cerimônia e insistiu que as “negociações com o Boko Haram não terminarão até que todas as meninas tenham sido libertadas”.
Na ocasião do sequestro, 276 estudantes foram raptadas de dentro da escola onde estudavam, em Chibok. Cinquenta e sete conseguiram fugir logo depois e o exército confirmou ter encontrado mais uma em maio. Atualmente, mais de 190 meninas estão em poder do grupo terrorista.