Indústria paulista demitiu mais de 11 mil trabalhadores em setembro; crise não será debelada tão cedo

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De acordo com informações do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), divulgadas nesta terça-feira (18), em setembro a indústria paulista demitiu 11,5 mil trabalhadores, o que representa queda em termos dessazonalizados de 0,49% no nível de emprego em relação ao mês anterior. Na série sem ajuste sazonal, o recuo na margem foi de 0,51%.

Assim, a indústria paulista acumulou perda de 29 mil vagas no terceiro trimestre e de 86 mil postos em 2016. O diretor titular do Depecon, Paulo Francini, considerou que o ritmo de queda diminuiu, mas ainda continua a haver cortes. “O que se quer é que não haja demissões”, afirmou.

No mais, o Depecon continua projetando o fechamento de 165 mil vagas neste ano, o que, somando com as 235 mil demissões de 2015, resulta em uma perda total de 400 mil vagas em dois anos. “É uma tragédia e que ainda não chegou ao final”, sinalizou Francini.

Dos 22 setores que integram a pesquisa, em setembro houve recuo em 13, com destaque, em valores absolutos, para o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, que teve saldo negativo de 3.108 vagas, e para máquinas e equipamentos, com corte de 2.714 postos de trabalho.


Quatro setores ficaram estáveis e ainda cinco apresentaram comportamento positivo, com melhor desempenho do segmento de produtos minerais não metálicos, com 174 vagas criadas.

Na divisão regional, 25 das 36 diretorias tiveram recuo em setembro, em dez houve comportamento positivo, e um ficou estável. A maior variação negativa ocorreu em Santo André (-4,14%) e Matão teve a maior alta (2,6%).

Quando a indústria vai mal e começa a fechar postos de trabalho, o que enseja demissões, significa que o efeito cascata da crise alcançará em pouco tempo outros setores da economia, como já acontece.

A queda na produção da indústria, registrada em agosto (3,8%), e o fechamento de mais de 150 mil lojas em todo o País mostram que o cenário da crise não será dissipado tão cedo.

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