Divulgado nesta quinta-feira (20), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de agosto registrou queda de 0,91%, na comparação com julho, sinalizando que a retomada da economia brasileira deve ser lenta e gradual.
De acordo com analistas, o recuo da atividade mais intenso do que o registrado em julho (-0,18%) mostra também que o BC tem espaço para reduzir ainda mais a taxa básica de juro, a Selic. Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) fez o primeiro corte na Selic, de 0,25 ponto percentual, desde outubro de 2012.
O resultado negativo do IBC-Br de agosto deve contribuir para uma nova retração do PIB no terceiro trimestre, após queda de 0,6% no trimestre encerrado em junho. O IBC-Br de setembro deve vir novamente fraco, refletindo resquícios da interrupção da produção da Volkswagen, iniciada em agosto, e até mesmo a recente greve dos bancários.
Como afirmou o UCHO.INFO ao longo dos últimos anos, a instalação de uma grave crise na economia era uma questão de tempo, situação que ficou evidente a partir do populismo barato que escorreu pela rampa do palácio do Planalto durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, a quem cabia dar a última palavra em questões econômicas.
Confirmando notícias deste portal, o brasileiro só conseguirá dar o primeiro suspiro de alívio no final de 2018, quando a economia estará em situação menos crítica. Até lá, a sociedade terá de conviver em cenário marcado por incertezas e medidas impopulares, receita única para tirar o Brasil do atoleiro da crise.
Diferentemente do que esperavam alguns mais otimistas, o Natal deste ano será magro, quase anoréxico, uma vez que os recentes indicadores da economia antecipam um quadro nada animador. A queda de 3,8% na produção industrial em agosto foi o primeiro sinal de que algo estava fora do script. Em seguida, as vendas no comércio registraram no mês recuo de 0,6%, enquanto a prestação de serviços encolheu 1,6% no mesmo mês.
Quando os três principais setores da economia apresentam números negativos, algo de ruim acontece. Isso porque o efeito cascata produz estragos em série na economia, levando à desconfiança do empresário e do consumidor. Para piorar, a inflação ainda dá sinais de resistência, ao passo que o setor financeiro restringe cada vez mais o crédito.