Polícia Federal descobre que filhos de Lula são especialistas no milagre da multiplicação

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A Polícia Federal, atuando na Operação Lava-Jato e na Operação Zelotes, acabou descobrindo que dois filhos de Lula, o dramaturgo do Petrolão, são especialistas no milagre da multiplicação, assunto que não se ouvia falar desde os tempos de Jesus de Nazaré.

Em uma década, entre 2004 e 2014, o filho mais velho do ex-metalúrgico, Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha (à esquerda na foto), teve um rendimento bruto de R$ 5,2 milhões. É o que aponta laudo pericial da Polícia Federal anexado ao inquérito da Operação Lava-Jato que apura a corrupção e lavagem de dinheiro no sítio de Atibaia (SP). O principal alvo dos levantamentos são as movimentações financeiras suspeitas entre os filhos de Lula, a família Bittar e o empresário Jonas Suassuna Filho, do Grupo Gol (não tem relação com a companhia aérea).

Dos valores recebidos por Lulinha, cerca de R$ 3,8 milhões, ou 73%, vieram da distribuição de lucros da empresa G4 Entretenimento Tecnologia. A empresa pertence a ele (50%) e aos irmãos Fernando e Kalil Bittar (25% cada), filhos do ex-prefeito de Campinas (SP) Jacó Bittar – amigo de Lula desde a fundação da PT. Fernando Bittar é um dos donos oficiais do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, que para os investigadores da Lava-Jato pertence ao ex-presidente Lula.

Anexados na semana passada ao inquérito que apura a compra e a reforma do sítio em Atibaia, o laudo da PF mostra que a G4 é a acionista majoritária da BR4 Participações, empresa que tem como sócio a Gol Mídia Participações, do empresário Jonas Suassuna, outro dono do sítio de Atibaia. A BR4 também detém 65% da participação da Gamercorp, empresa associada à Telemar Internet Ltda.

O relatório da PF mostra que a evolução patrimonial de Lulinha é compatível com suas finanças, porém destaca a atípica distribuição de lucros da empresa G4.

Por solicitação do delegado federal Márcio Anselmo, da força-tarefa da Lava-Jato, feita em agosto, a perícia analisou a movimentação financeira de Fábio Luís. “Pagamento de lucros pela G4 não observou, em diversos anos, composição societária da empresa”, ressalta o laudo da PF subscrito pelo perito criminal federal Marcio Schiavo.

“Chama atenção fato da distribuição de lucros da G4 não observar, em alguns anos, composição societária da empresa. Nesse sentido, não obstante possuísse 50% das quotas da G4, no ano de 2012, sr Fábio recebeu 100% da distribuição de lucros, no valor de R$ 750 mil”, ressalta o laudo.

Ainda de acordo com o relatório, em 2013, o filho de Lula recebeu aproximadamente 96%, no valor de R$ 1,12 milhão e, em 2014, distribuição a seu favor foi no porcentual aproximado de 62%, perfazendo valor de R$ 1.041.655,00.

“Observou-se ainda, que as maiores distribuições de lucros da empresa G4 ocorreram exatamente nesses anos (2012 e 2014). Em que pese a impossibilidade de uma análise mais aprofundada, notadamente por não estarem disponíveis os contratos sociais da empresa G4 Entretenimento, convém destacar disposição do Código Civil Brasileiro, prevendo que salvo disposição em contrário, distribuição dos lucros deverá obedecer proporção das quotas, assim como estipula nula exclusão de qualquer sócio na participação dos lucros”, aponta o laudo.

É importante destacar que toda movimentação financeira dos filhos de Lula e seus sócios, Fernando Bittar, Kalil Bittar e Jonas Suassuna Filho estão sob suspeita. A PF vê indícios de negócios ilegais, ocultos em repasses e transações comerciais formais entre os sócios.


Garoto genial

A mesma Polícia Federal, em laudo com base em informações da Receita Federal, mostra que a variação patrimonial de Luís Cláudio Lula da Silva, conhecido como Luleco (à direita na foto), é “formalmente incompatível” entre 2011 e 2013 e no acumulado 2011 e 2014. A evolução patrimonial foi considerada compatível no ano de 2014.

“Frente às informações prestadas ao fisco federal, bem como movimentação bancária do investigado, foi constatado que variação patrimonial do sr Luis Cláudio Lula da Silva formalmente incompatível com as sobras financeiras correspondentes nos anos de 2011 2013, no acumulado do período (2011-2014), apresentando-se compatível no ano de 2014″, destaca o laudo anexado aos autos do inquérito que investiga a propriedade do sítio Santa Bárbara, no município de Atibaia (SP), atribuída ao ex-presidente.

O relatório da PF ressalta que em 2013 a “evolução patrimonial descoberto (falta de recursos) atinge valores superiores R$ 200 mil, quantia essa significativa frente posição patrimonial do investigado”. O documento faz menção à LILS, empresa de palestras de Lula.

“Essa variação descoberto em 2013, decorrente, em grande parte, de gastos com cartão de crédito (superiores R$ 300 mil), conforme registros na movimentação bancária do investigado. Observe-se que dos cerca de R$ 1,43 milhão de rendimentos brutos do investigado no período de 2011 2014, aproximadamente R$ 246 mil foram oriundos da empresa LILS Palestras, R$ 780 mil da LFT Marketing, R$ 100 mil de pessoas físicas, R$ 200 mil da sra Marisa Leticia”, enfatiza o documento da PF, assinado pelo perito criminal federal Marcio Schiavo.

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