Derrota nas urnas, crise econômica e o lamaçal do Petrolão levaram o PT aos limiares da implosão

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Em apenas dois anos, o Partido dos Trabalhadores foi do céu ao inferno. Atropelado pelas mentiras da campanha de Dilma Rousseff (2014), açoitado pela equivocada política econômica que levou o Brasil à maior crise de sua história e dragado pela lama do Petrolão, o maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos, o PT terá de empreender esforço descomunal caso queira se reinventar.

Com muitos “companheiros” atrás das grades e outros tantos à espera do camburão da Polícia Federal, o PT vive o maior dilema de sua história desde a sua fundação. Sem saber como resolver um problema que divide opiniões na cúpula da legenda, o PT precisa encontrar urgentemente uma saída, sob pena de tornar-se mais um dos partidos nanicos da política nacional. Afinal, depois dos resultados catastróficos das recentes eleições municipais muitos deixarão a sigla em busca de sobrevivência política.

O PT precisa, de chofre, decidir quem assumirá o comando do partido, que não mais resiste à governança de Rui Falcão, um ultrapassado que, agarrado à ideologia bandoleira do socialismo latino-americano, insiste em negar a participação dos companheiros em crimes dos mais variados.

A dúvida repousa entre em dar a presidência da sigla a Luiz Inácio da Silva, o dramaturgo do Petrolão, ou Fernando Haddad, prefeito da maior cidade brasileira que tropeçou nas urnas e não conseguiu a reeleição.


Considerando que as investigações da Operação Lava-Jato avançam a passos largos e que Lula pode ser preso a qualquer momento, em especial porque a delação coletiva da Odebrecht terá efeito devastador, dar o comando do partido ao ex-presidente é uma atitude quase que suicida, que levaria o PT à sepultura.

A situação de Lula não é das mais confortáveis e a estratégia de recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, não produzirá os efeitos esperados no prazo necessário. Afundando cada vez mais na vala fétida do Petrolão, Lula deve erguer as mãos para o céu e agradecer pelo fato de ser o presidente de honra do partido, o que lhe garante um salário mensal bem acima do que ganham os reles brasileiros.

Entregar a presidência nacional do PT a Fernando Haddad é uma ideia que surgiu depois da fragorosa derrota do alcaide paulistano, por conta de sua postura na operação de transição com o prefeito eleito João Doria. A repentina fase “bom moço” de Haddad não significa que ele é a pessoa adequada para tirar o partido da tumba. Até porque, essa empreitada não carece apenas de existência coerente, mas de respaldo popular, algo que Fernando Haddad não conseguiu provar nas urnas.

Para piorar o cenário petista, as lambanças promovidas pela esquerda nacional na última década levaram o eleitorado a decidir pelo voto mais conservador, sem contar o claro recado das urnas pela necessidade de renovação na política. O tempo urge e os “companheiros” precisam ser rápidos, caso queiram apostar na sobrevivência. Do contrário, basta marcar a missa de sétimo dia.

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