Governo Temer abusa da irresponsabilidade e torra R$ 500 mil para homenagear o samba

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Definitivamente o governo de Michel Temer (PMDB) é mais do mesmo. No momento em que tenta aprovar medidas de ajuste fiscal para minimizar os efeitos da grave crise econômica, o Palácio do Planalto não pensou duas vezes para torrar R$ 500 mil do suado dinheiro do contribuinte. O montante serviu para bancar um show palaciano para convidados em homenagem ao centenário do samba. Como a gastança não precisou de licitação, comprovado está que esse governo é o “samba do crioulo doido”.

Na edição desta segunda-feira (7), o Diário Oficial da União (DOU) trouxe a publicação das duas dispensas de licitação para a contratação de personalidades do samba, as quais serão agraciadas com a Ordem do Mérito Cultural.

A cerimônia, que consta da agenda oficial da Presidência e será fechada para convidados, terá apresentações de Neguinho da Beija Flor, Márcio Gomes, Áurea Martins e André Lara. A cantora Fafá de Belém foi contratada para cantar o Hino Nacional.

O Ministério da Cultura contratou por R$ 596.800 a empresa Treco Produções Artística Ltda, “representante exclusiva de artistas consagrados pela crítica especializada e/ou opinião pública”. De acordo com a pasta, a produtora prestará serviços de roteiro, direção, produção e promoverá apresentações musicais. No Diário Oficial não aparecem os nomes dos artistas contratados para o evento.


Em outro contrato, também publicado no DOU, o governo informa o pagamento de R$ 15 mil a Fafá de Belém, responsável pela interpretação do Hino Nacional no início da cerimônia. O ministério fornece a mesma e esfarrapada explicação ambas as dispensas de licitação: “Contratação de artistas consagrados pela crítica especializada e/ou opinião pública”.

Temer, que antes de ocupar o principal gabinete do Palácio do Planalto garantiu austeridade no trato da coisa pública, precisa criar a Secretaria Especial do Bom Senso. No momento em que o governo acena com corte de gastos – e consequentemente redução de investimentos – e está prestes a enviar ao Congresso uma reforma da previdência que exigirá dose extra de esforço do trabalhador contribuinte, esse gasto é no mínimo um deboche no país da piada pronta.

Não foi por acaso que Michel Temer fez dupla com Dilma Rousseff (2010 e 2014), protagonizando ao lado da petista o período mais corrupto da história nacional e de devastadora incompetência governamental.

Em 2015, ainda no desgoverno da então presidente Dilma Rousseff, o Ministério da Cultura gastou R$ 1,1 milhão entre passagens e cachê para o mesmo evento, que contou com apresentação de Caetano Veloso. À época, a cerimônia serviu de palanque para a defesa do mandato de Dilma, que deixou o cargo recentemente no vácuo de um processo de impeachment, de uma crise econômica sem precedentes e de denúncias de corrupção.

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