Ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero é a bola da vez. Deflagrador da nova e grave crise política que chacoalha o Palácio do Planalto – que tem levado o presidente da República a discursos desconexos –, Calero agora é acusado de ter sido cooptado pela esquerda nacional, de ter gravado conversas telefônicas por interferência dos bandoleiros socialistas que levaram o Brasil à débâcle.
Em um país destroçado em termos éticos e morais, exigir coerência de quem quer que seja é missão impossível. E Marcelo Calero que se prepare, porque durante muito tempo terá de assumir a pecha de esquerdista de última hora. Diplomata de carreira, o que sugere que é servidor público concursado, Calero concorreu sem sucesso à Câmara dos Deputados pelo PSDB, mas desde o “Geddelgate” é comunista safado, pilantra da pior espécie.
É difícil imaginar que um país nessas condições consiga sair do atoleiro da crise. Tudo o que o Palácio do Planalto mais deseja, e torce para que essa detração continue, é que Calero seja achincalhado pela opinião pública. Até porque, o presidente Michel Temer está solitariamente no olho do furacão e dele tenta escapar, sem saber como.
Marcelo Calero gravou uma conversa telefônica protocolar com Temer, mas está sendo execrado pelo feito. Não se pode negar que trata-se de ameaça à segurança nacional, mas o ex-ministro apenas revelou as entranhas de um governo que é mais do mesmo. E fez isso em respeito a uma população que acredita em mudanças, as quais dificilmente chegarão se os brasileiros continuarem em berço esplêndido.
Na questão da gravação feita por Calero é preciso voltar no tempo e retomar a coerência, caso possível. Quando a Polícia Federal, à sombra de autorização judicial, grampeou Lula e, por tabela, a então presidente Dilma Rousseff, os antipetistas chegaram ao êxtase, não importando a legalidade da ação. A decisão de anular o efeito probatório da gravação da conversa entre Lula e Dilma foi suficiente para que o Supremo Tribunal Federal fosse acusado, mais uma vez, de estar aparelhado, de ser quase totalmente petista. Cumpre-se a lei, mas quando interessa o Judiciário é tendencioso, um ninho de cobras esquerdistas.
O ex-ministro da Cultura gravou o presidente da República e outras autoridades como caminho para uma “auto-blindagem”, mas sua atitude aterrissou na maledicência da opinião pública. Isso porque Calero gravou aquele que ocupou o lugar de Dilma Rousseff, a governante incompetente que foi conivente com a corrupção. Diz a sabedoria popular que o “pau que bate em Chico, bate em Francisco”. Porém, nesse Brasil de meu Deus, o radicalismo é o cardápio do dia, aliás, de todos os dias.
Alguns especialistas (sic) afirmam que o semblante de Marcelo Calero é de alguém dissimulado, mentiroso, farsante. Apenas porque, na opinião dos desavisados, quis incendiar o governo de Michel Temer, que na verdade não passa de uma casa de tolerância. Outros garantem que Michel Temer é a solução derradeira para os problemas nacionais, o porto seguro que nos levará aos mares da tranquilidade econômica. Isso é uma mentira tão grandiosa, que nem mesmo Temer acredita.
O ex-ministro, da noite para o dia, transformou-se em comunista de carteirinha apenas porque se deixou fotografar ao lado de artistas adeptos da ideologia e de representantes das correntes esquerdistas existentes no País. Fotografia não é prova de adesão a essa ou aquela ideologia. O UCHO.INFO é duro e contundente crítico do governo e dos políticos, mas por manter a coerência merece o respeito inclusive daqueles que critica.
Este portal de notícias não está a defender Marcelo Calero, até porque não tem procuração para tanto – e se tivesse também não faria –, mas entre a atitude do ex-ministro, que denunciou o truque que estava sendo engendrado por Geddel Vieira Lima com o endosso de autoridades palacianas, e a fala de alguém que afirma serem pouco sólidas as instituições brasileiras, o ex-titular da Cultura é quem de fato merece crédito. Mesmo que sua atitude (a de gravar autoridades) seja questionável e passível de investigação e eventual processo judicial.
O Brasil precisa mudar e mais do mesmo não é a melhor das receitas. Essa mudança exige muito tempo e paciência de sobra, além de persistência por parte dos brasileiros de bem, que cada vez mais precisam estar conscientes dos seus deveres. E só com coerência e determinação é que a mudança há de acontecer.