Lava-Jato: Marcelo Odebrecht confirma matérias do UCHO.INFO ao dizer que Dilma sabia do esquema

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O tão esperado acordo de leniência da Odebrecht foi marcado por um mea culpa tão simplista quanto debochado, se considerado o volume de dinheiro desviado dos cofres públicos, em especial da Petrobras, no esquema de corrupção que contou com a preponderante participação do grupo empresarial baiano.

Em nota, cujo título é “Desculpe, a Odebrecht errou”, o grupo admite ter cometido “práticas impróprias”. “Reconhecemos nosso envolvimento, fomos coniventes com tais práticas e não as combatemos como deveríamos. Foi um grande erro, uma violação dos nossos próprios princípios, uma agressão a valores consagrados de honestidade e ética. Não admitiremos que isso se repita”, destaca o documento.

É importante salientar que no final de 2013, antes de ser preso na Operação Lava-Jato, o empresário Marcelo Odebrecht, a reboque de sua conhecida arrogância, afirmou em entrevista que considerava normal e salutar a interferência da iniciativa privada nas questões do Estado. Marcelo só não disse que essa interferência se dava por meio da corrupção e estava sendo custeada pelo suado dinheiro do contribuinte.

O acordo de delação

Antes da prisão, seu pai, Emílio Odebrecht, teria dito nos bastidores que a República cairia em poucos dias se nada fosse feito para reverter o cenário em que se encontrava Marcelo. De acordo com matéria da revista Veja publica por ocasião dos fatos, o patriarca do clã Odebrecht sugeriu que a eventual prisão do filho exigiria a construção de novas celas para Lula e Dilma Rousseff.

Preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde 19 de junho de 2015, fruto da Operação Erga Omnes (14ª fase da Lava-Jato), Marcelo Odebrecht durante longos meses descartou a possibilidade de deleção premiada, o que ficou comprovado pelos vários recursos à Justiça na tentativa de obter habeas corpus.

A mudança de estratégia aconteceu após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que condenados em segunda instância podem ser presos, mesmo que tenham direito a recursos. Condenado a 19 anos e 4 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro, o empresário não demorou a perceber que passar uma boa temporada atrás das grades estava a um passo de se tornar realidade. Bastava apenas a confirmação da sentença condenatória pelo Tribunal regional Federal da 4ª Região (TRF4), que via de regra tem referendado as decisões de Moro.


O acordo de leniência

Nesse episódio teve participação decisiva o também empresário Emílio Odebrecht, que começou convencendo o filho e mais setenta outras pessoas a delatarem o esquema de corrupção conhecido como Petrolão. Foi à sombra das negociações do acordo de colaboração premiada que surgiu o de leniência, caminho único para salvar um grupo que perdeu rapidamente a pompa e a circunstância.

Marcelo Odebrecht, no acordo de leniência, confirmou inúmeras matérias do UCHO.INFO ao afirmar às autoridades que a ex-presidente Dilma Rousseff sempre soube do esquema criminoso, ressaltando que a petistas jamais lhe pediu diretamente dinheiro de propina. O que não significa que não tenha feito isso de forma indireta. Mas esse é um assunto que cabe aos investigadores provarem.

Como sempre afirmou este portal de notícias, Dilma sabia do esquema, hoje batizado de Petrolão, desde a sua instalação na estatal petrolífera, algo que só foi possível com a conivência criminosa do então presidente Lula.

Neste ponto não se pode esquecer que o mentor do Petrolão, o finado José Janene (PP-PR), morto em outubro de 2010, não apenas dava ordens ao Palácio do Planalto no âmbito do esquema de corrupção, como certa vez ofereceu à então ministra-chefe da Casa Civil uma “carneirada” em Brasília. Em dada ocasião, os capatazes de Janene viajaram de Londrina à capital dos brasileiros para materializar o mimo.

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