Lava-Jato: erros grosseiros e primários na contabilidade paralela levarão Lula à prisão em pouco tempo

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O ano de 2016 termina com uma pergunta que não quer calar. E o próximo ano começará a reboque da mesma indagação. Quando Lula será preso? Esse é o desejo de pelo menos oito entre dez brasileiros, que não mais suportam o dramalhão encenado pelo ex-presidente na esperança de transformar-se em mártir e “vender” aos incautos a falsa ideia de que é um perseguido político e alvo de caçada judicial. O que é uma monumental inverdade.

Responsável na primeira instância do Judiciário pelos processos resultantes da Operação Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, tem sobre sua escrivaninha um cipoal de motivos para prender o ex-metalúrgico, que tenta defenestrar o magistrado do comando das ações penais que versam sobre o maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão.

Moro já teve oportunidade de prender Lula, mas preferiu a cautela para que a prisão do petista não fosse transformada em evento de comoção de seus simpatizantes. A prisão de Lula é uma questão de tempo. É o que pensam Sérgio Moro e os investigadores da Lava-Jato, confirmando as muitas matérias do UCHO.INFO sobre o tema. Para o editor deste portal de notícias, a prisão do petista é uma questão de pouco tempo.

Deixando de lado a explosiva delação de Marcelo Odebrecht, que nos tempos de negócios fáceis com o governo tratava diretamente com Lula ou seus assessores os assuntos relacionados às propinas e outros badulaques da corrupção, o ex-presidente da República será preso por questões de aritmética. Afinal, as desculpas usadas para justificar escândalos não batem com os números de uma contabilidade paralela que chega a ser primária.

Na ação penal em que tornou-se réu pela quinta vez, Lula é acusado pelos investigadores da Lava-Jato de ter simulado um contrato de locação para justificar o inesperado uso de um apartamento contiguo ao seu, em São Bernardo do Campo. Para a força-tarefa da Lava-Jato, o ex-presidente é o verdadeiro dono do imóvel que foi comprado em nome de Glaucos da Costamarques, primo de José Carlos Bumlai, também preso na esteira do Petrolão.

Costamarques teria alugado o apartamento à família Lula da Silva, como demonstra contrato de locação assinado pela ex-primeira-dama Marisa Letícia, que também tornou-se ré na ação penal. Acontece que o locador não recebeu, até janeiro deste ano, qualquer depósito em suas contas bancárias referente ao valor da locação. Para os investigadores, a aquisição do apartamento foi bancada pela Odebrecht, mas registrada em nome de um “laranja”, no caso o primo de Bumlai.


Quando refere-se à parte financeira como sendo o “calcanhar de Aquiles” na conturbada vida de Lula, o UCHO.INFO o faz com base em questões óbvias. O petista recebe aproximadamente R$ 30 mil mensais – entre aposentadoria e salário de presidente de honra do PT –, valor muito aquém das suas despesas. Apenas para custear o time de advogados, Lula precisaria abrir mão dessa remuneração durante pelo menos vinte anos, caso quisesse cumprir o que foi combinado com seus defensores.

Alguém pode alegar que Lula é figura conhecida nacional e internacionalmente, por isso advogados trabalham gratuitamente, mas essa desculpa é tão inconsistente quanto mentirosa. A razão é simples: no Direito Penal ninguém trabalha de graça, assim como advogado não banca despesas processuais e muito menos financia os devaneios do contratante. E não custa lembrar que Lula contratou o advogado australiano Geoffrey Robertson, especialista em direitos humanos e com escritório em Londres, para representá-lo no Comitê dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra.

Outros poderão dizer que o Instituto Lula tem recursos suficientes para custear tais despesas, mas os investigadores da Lava-Jato já identificaram que a entidade foi criada para funcionar como lavanderia do dinheiro da propina paga pelas empreiteiras do Petrolão. Sem contar que há muito o instituto não recebe polpudas doações, como acontecia no período em que o esquema de corrupção era mera invencionice deste portal.

Em outro vértice dos que incensam Lula a qualquer preço, pessoas poderão dizer que o ex-presidente lucra fortunas com palestras, todas agendadas e gerenciadas pela empresa LILS. Em março de 2016, Lula afirmou que decidiu ingressar na seara das palestras porque era o rumo “mais decente e mais digno”. Mas a Polícia Federal acabou descobrindo uma avalanche de indecências na órbita do universo do palestrante do Petrolão.

Em dado momento, ainda em março deste ano, Lula alegou que cobra US$ 200 mil por palestra. “Nós pegamos um valor do Bill Clinton e falamos o seguinte: Nós fizemos mais do que ele, então nós merecemos pelo menos igual”, disse o petista para justificar as palestras que ninguém jamais viu ou participou. Mentir não é passível de tributação e muito menos configura crime, mas quando o mentiroso é alvo de ações penais que tratam de corrupção, lavagem de dinheiro e outras transgressões, a mentira pode ser uma espada de harakiri.

Apenas a título de comparação, Fernando Henrique Cardoso cobra R$ 150 mil por cada palestra. Ou seja, quando o assunto é palestra, Lula acredita que vale cinco FHCs. Deixando à margem o fator político-ideológico, Fernando Henrique tem conteúdo de sobra para atuar como palestrante. E Lula seria um exímio palestrante se o tema fosse mitomania.

Em suma, a defesa de Lula é uma ópera bufa, ao passo que o script encenado pelo dramaturgo do Petrolão é falho e muito mal escrito. Enquanto os investigadores fazem contas e descobrem cada vez mais incongruências na contabilidade da versão tropical de Messias, o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, está pronto para transformar-se no rastilho de pólvora que mandará Lula e suas falácias pelos ares.

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