Quando estava prestes a assumir a Presidência da República, ainda na condição de interino, Michel Temer prometeu aos brasileiros formar uma equipe de governo com notáveis. Quem conhece a mecânica da política nacional sabia que tudo não passava de uma enorme falácia. Afinal, Temer assumiu o posto como refém do Congresso, que, sempre movido por interesses espúrios, é um balcão de negócios ide dar nojo.
Da interinidade à efetividade, Michel Temer teve a chance de dar uma guinada, mas manteve o modelo de governança da antecessora, que loteou a Esplanada dos Ministérios com direito a vale tudo. No afã de conquistar o apoio necessário para a aprovação de matérias de interesse do governo, o presidente da República não pensou duas vezes antes de render-se ao fisiologismo, nomeando alarifes conhecidos no meio político e investigados na Operação Lava-Jato para cargos importantes na estrutura federal.
O Brasil foi surpreendido pelo maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão, que deixou de existir a partir de março de 2015 por causa da Operação Lava-Jato, mas Temer e seus quejandos, citados nas delações da Odebrecht, insistem na fórmula de porteiras fechadas nos ministérios e nos cargos de primeiro escalão. Isso significa que o nomeado por ficar à vontade para fazer o que quiser, sem se preocupar com reprimendas palacianas, até porque todos são iguais.
Há dias, em longa e reservada conversa com o editor do UCHO.INFO, um integrante do Partido Progressista, legenda que por enquanto tem o maior número de políticos investigados na Lava-Jato, externou sua preocupação com o que vem acontecendo em alguns cargos do governo do peemedebista Michel Temer.
Sem qualquer envolvimento em casos de corrupção, o político do problemático PP disse que não demorará muito para novos e rumorosos escândalos surgirem na cena política brasileira. O nosso interlocutor afirmou com propriedade que o que acontece nos subterrâneos do poder central chega a assustar até mesmo os mais experientes delinquentes.
Em relato minucioso e marcado pela indignação, o interlocutor sugeriu que o presidente da República deveria acompanhar com minudência as atividades no Ministério da Saúde e em determinados setores da Caixa Econômica Federal. Garantiu que próceres partidários estão agindo de forma deliberada e sem medo da lei, ou seja, fazendo o que sempre fizeram. Fica uma sugestão para o núcleo duro do Palácio do Planalto.