Autoridades da Malásia buscam quatro norte-coreanos por morte de Kim Jong-nam

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A polícia da Malásia afirmou, no domingo (19), que procura quatro homens de nacionalidade norte-coreana pelo assassinato, no aeroporto de Kuala Lumpur, de Kim Jong-nam, meio-irmão do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un.

“Os quatro suspeitos são da Coreia do Norte, e podemos confirmar que os quatro deixaram o país no mesmo dia do ataque”, afirmou o subdiretor da polícia da Malásia, Noor Rashid Ibrahim. A polícia malaia afirmou não saber se os quatro suspeitos têm ligações com o governo da Coreia do Norte, mas disse que está em contato com a Interpol e outros organismos para prendê-los.

As pessoas procuradas são Ri Jae-nam, de 57 anos, que chegou à Malásia em 1º de fevereiro; O Jong-gil, de 55 anos, que entrou no país em 7 de fevereiro; Hong Song Hac, de 34 anos, no dia 31 de janeiro; e Rhi Ji Hyon, de 33 anos, em 4 de fevereiro.

Kim Jong-nam morreu na última segunda-feira (13) quando era levado ao hospital depois que, aparentemente, duas mulheres o envenenaram no terminal de saídas internacionais do aeroporto de Kuala Lumpur. Ele embarcaria em voo de volta para Macau, onde vivia. A polícia malaia mantém detidas duas mulheres – uma vietnamita e outra indonésia –, além de um malaio e um norte-coreano por causa do assassinato.

Seul acusa Pyongyang por morte

O governo da Coreia do Sul afirmou no domingo que o regime de Pyongyang está por trás do assassinato de Kim Jong-nam, já que cinco suspeitos são de nacionalidade norte-coreana. “Levando em conta que cinco suspeitos foram identificados como norte-coreanos, o governo considera que o regime da Coreia do Norte está por trás do incidente”, declarou um porta-voz do Ministério da Unificação de Seul.

A reação da Coreia do Sul é conhecida depois que a polícia da Malásia deteve, na sexta-feira, um norte-coreano de 46 anos por causa do assassinato de Kim Jong-nam e revelou que procura outros quatro cidadãos dessa mesma nacionalidade por seu envolvimento no caso.


As autoridades da Malásia asseguraram que a investigação prossegue e não quiseram divulgar a causa exata da morte nem especular sobre quem está por trás do assassinato. “Não estamos interessados em política ou outros elementos. No que estamos interessados é por que se cometeu um crime dessa categoria em nosso país. Nosso trabalho é descobrir a verdade e levar os culpados à Justiça”, declarou Noor Rashid.

Na última terça-feira (14), o governo sul-coreano qualificou de “brutal e desumano” o assassinato de Kim Jong-nam, e os serviços de inteligência de Seul afirmaram que Pyongyang já havia tentado assassinar o meio irmão de Kim Jong-un em 2012. Não se pode esquecer que o ditador norte-coreano tem por hábito eliminar seus adversários e críticos, como fez com alguns membros da própria família.

“Investigação imparcial”

Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, disse que a investigação de seu governo sobre o assassinato de Kim Jong Nam será “imparcial”, o que fez aumentar as tensões entre ambos os países.

“Não temos razão para fazer algo para prejudicar a imagem da Coreia do Norte, mas seremos imparciais”, disse Najib a repórteres na capital da Malásia, Kuala Lumpur.

A Malásia informou, anteriormente, ter chamado de volta seu enviado a Pyongyang e convocou o embaixador norte-coreano em Kuala Lumpur, que colocou dúvidas sobre a imparcialidade da investigação da Malásia sobre o assassinato e disse que a vítima não é Kim Jong Nam.

Imagens do circuito interno de segurança, obtidas pela agência de notícias Reuters, mostram Kim Jong Nam sendo atacado no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur na última segunda-feira (13) por uma mulher, que supostamente teria usado veneno de ação rápida contra Kim Jong Nam. A agência de notícias não conseguiu verificar de forma independente a autenticidade do vídeo e autoridades policiais malaias não estavam disponíveis para comentários. (Com agências internacionais)

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