Prisão de operadores financeiros do PMDB, em Miami, coloca o partido a um passo da implosão política

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A Operação Lava-Jato começa a fechar o cerco contra o PMDB, um dos partidos políticos que, no momento, mais afundam na lama do Petrolão, o maior esquema de corrupção da história da Humanidade. A situação da legenda, que já era ruim, piorou sobremaneira nas últimas horas com a deflagração da Operação Blackout, 38ª fase da Lava-Jato, que tinha no foco os operadores financeiros Jorge Luz e Bruno Luz, pai e filho, respectivamente.

Com os respectivos nomes na lista de difusão vermelha da Interpol, Jorge e Bruno, acusados de repassar US$ 40 milhões em propina ao PMDB ao longo de uma década, foram presos nesta sexta-feira (24) em Miami, nos Estados Unidos. Ambos foram abordados por policiais de imigração e à noite embarcarão com destino ao Brasil, onde são alvos de mandados de prisão preventiva (sem tempo para terminar).

O advogado da dupla já informou às autoridades brasileiras que os clientes, que já prestaram depoimentos no âmbito da Lava-Jato, estão dispostos a colaborar com as investigações. Essa informação significa que Jorge e Bernardo poderão revelar detalhes desse capítulo do esquema criminoso que beneficiou senadores peemedebistas e diretores da Petrobras, os quais receberam dinheiro ilícito através de contas bancárias no exterior, mas precisamente nas Bahamas e na Suíça.

Considerando que o PMDB não flanava em céu de brigadeiro, a turbulência aumentou muito nas últimas semanas. Isso porque, além de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados e preso em Curitiba na esteira da Lava-Jato, outros dois envolvidos na roubalheira sistêmica deverão aderir à colaboração premiada: Sérgio Cabral Filho, ex-governador do Rio de Janeiro, e o empresário Eike Batista. Afinal, ambos não têm o perfil de quem aceitará facilmente a ideia de passar uma boa temporada atrás das grades.

Somada às possíveis (quase certas) delações de Cabral Filho, Eduardo Cunha e Eike Batista, a sinalização de que Jorge e Bruno Luz estão dispostos a colaborar com as investigações coloca o PMDB na fila da degola.


Nesse cipoal de esperadas delações, pelo menos duas são classificadas como de alto poder de destruição: a de Eduardo Cunha e a de Eike Batista. O ex-presidente da Câmara, antes de ter o mandato cassado, já mandava mensagens cifradas ao Palácio do Planalto. Ele só não caiu atirando porque acabou preso antes do previsto. Considerado um arquivo ambulante prestes a explodir, Cunha está disposto a não poupar os traidores que o abandonaram. Isso significa que no Palácio do Planalto a luz vermelha está acesa no modo intermitente.

Em relação a eventual acordo de colaboração do ex-bilionário Eike Batista o estrago deve ser monstruoso e em várias direções. Afinal, Eike tem muito a revelar não apenas sobre o esquema criminoso comandado pelo ex-governador do Rio de Janeiro, mas também e principalmente sobre os governos petistas e as moedas de troca para ter acesso a financiamentos vultosos do BNDES.

O horizonte peemedebista tornou-se mais carrancudo com o depoimento do advogado José Yunes, amigo do presidente da República há pelo menos cinquenta anos. Yunes, em depoimento à força-tarefa da Lava-Jato, disse que ao receber, em seu escritório, um envelope entregue pelo doleiro Lúcio Bolonha Funaro agiu como “mula” de Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil e licenciado do cargo desde esta sexta-feira para tratamento de saúde.

Fora isso, na quarta-feira de Cinzas (1) o TSE ouvirá alguns delatores da Odebrecht para reforçar as provas no processo de cassação do registro da chapa Dilma-Temer. Ou seja, o PMDB corre o sério risco de desaparecer do mapa político nacional, tendo como companheiro de viagem o igualmente enrolado PT.

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