Lava-Jato: situação de Lula piora com delação de Odebrecht e caminho que leva à prisão está mais curto

Como antecipou o UCHO.INFO nas edições de 11 e 17 de janeiro deste ano, a anunciada candidatura de Luiz Inácio da Silva para 2018 nada mais é do que uma manobra desesperada para jogar uma cortina de fumaça sobre os processos em que o petista é réu por corrupção, mas acima de tudo tem o objetivo de minimizar o estrago que a delação coletiva da Odebrecht, firmada no âmbito da Operação Lava-Jato, fará na vida do ex-presidente e de alguns dos seus “companheiros” mais próximos.

Em 19 de junho de 2015, horas depois de Marcelo Odebrecht ser preso na Operação Erga Omnes, 14ª fase da Operação Lava-Jato, o pai do presidente do grupo empresarial baiano, Emílio Odebrecht, disse que se o filho continuasse preso seria preciso construir mais três celas com certa urgência: uma para ele próprio (Emílio) e outras duas para Lula e Dilma Rousseff. Foi um duro e ameaçador recado que o PT fingiu não compreender ou preferiu ignorar. Provocado o impacto esperado pela missiva, Emílio negou tal declaração.

Quase dois anos antes, em novembro de 2013, em ousada entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, Marcelo afirmou que não via, àquela altura, problema no fato de a iniciativa privada interferir nas questões do Estado. Naquele momento ficou claro para quem conhece os meandros da política nacional que a relação entre o grupo empresarial e o Palácio do Planalto era muito mais comprometedora do que parecia. Na verdade, ficou patente que Odebrecht havia feito da apropriação indevida do poder público o principal negócio do grupo familiar.

O tempo passou e com o avanço das investigações da Lava-Jato tornou-se evidente que a prisão de Marcelo Odebrecht teria um efeito devastador na vida do PT e de muitos dos próceres do partido. No rastro das primeiras informações sobre a delação coletiva da Odebrecht, não resta dúvida que a condenação de Lula é uma questão de pouco tempo, considerando que muitas das ações penais encontram-se em estágio avançado. Mesmo assim, boa parte da opinião pública continua acreditando que Lula sairá ileso.


Em depoimento de colaboração premiada, Marcelo confirmou às autoridades que o codinome “Amigo” encontrado nas planilhas de pagamento de propina, apreendidas pela Polícia Federal, era uma referência a Lula, que por sua vez negou que jamais pediu qualquer tipo de doação ilícita à empreiteira. O que é mentira. Por lógica o ex-metalúrgico jamais assumiria a culpa de maneira simples e fácil, até porque comprometeria o trabalho dos seus caros advogados, mas sabe-se que o empreiteiro baiano falou a verdade. Afinal, uma mentira a essa altura dos acontecimentos representaria uma longa temporada atrás das grades.

Por enquanto sabe-se que Marcelo Odebrecht não gostou da vida carcerária e soltou a voz, como era esperado. Decisão que dificultou sobremaneira a situação do enrolado Lula, mas o cenário deve piorar com a análise aprofundada da delação da delação de Alexandrino Alencar, ex-executivo da Odebrecht e ex-dirigente da Braskem, empresa petroquímica controlada pelo grupo. Até então não houve qualquer vazamento no âmbito da delação de Alencar, mas o temor maior repousa sobre a manobra palaciana em benefício do Grupo Odebrecht e que resultou na criminosa expropriação Petroquímica União. Esse é um assunto muito além de explosivo.

Lula é um animal político quando não está acuado, mas na seara da Operação Lava-Jato seu desespero começa a ultrapassar os limites da evidência. Ao requerer ao juiz Sérgio Moro para que seu depoimento, no caso do apartamento triplex em Guarujá, ocorresse por vídeo conferência, o petista demonstrou de forma inequívoca que sua aludida coragem não é tão grande quanto ele próprio anunciava. O pedido foi negado e Lula, ciente de que o caminho até a prisão está se encurtando, terá de ir a Curitiba e enfrentar os questionamentos de Moro. O petista-mor sabe que um simples tropeço no depoimento poderá desmoronar o castelo de mentiras criado para blindá-lo.

Contratados a peso de ouro, os advogados de Lula ainda não conseguiram provar a inocência do ex-presidente da República, que continua gazeteando uma candidatura que pode ser um voo de galinha garnisé. Apenas para lembrar, Lula ainda não explicou às autoridades e aos brasileiros como consegue pagar os honorários estratosféricos de criminalistas conceituados e de uma defesa pirotécnica.

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