PT chega o fundo do poço e cogita o nome de Gleisi para presidir o partido após desistência de Lula

O Partido dos Trabalhadores parece ter chegado ao fundo do poço da degradação e da mediocridade. Com a desistência do ex-presidente Lula de assumir o comando do PT, “companheiros” cogitam a possibilidade de um racha inédito na corrente majoritária do partido, a “Construindo um Novo Brasil” (CNB). A corrente está dividida entre os grupos que apoiam o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o tesoureiro da sigla, Márcio Macedo.

Para evitar cizânia com maior potencial de destruição, algumas lideranças da corrente CNB voltaram a cogitar o nome da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) para presidir o partido. Se por um lado Lula é réu cinco vezes por corrupção, por outro Gleisi é apenas uma, apesar de ter sido denunciada por sete delatores do Petrolão, investigada por três operações da Polícia Federal. O que seria, para os padrões petistas, um ganho ético em relação ao ex-metalúrgico.

Indagada sobre a indicação, a senadora desconversou. “Isso não está posto. O que temos são as candidaturas do Lindbergh (Farias, senador e candidato das correntes de esquerda), do Marcio e do Padilha”, respondeu a petista.


Não é a primeira vez que Gleisi é cogitada para suceder Rui Falcão na presidência do PT. Anteriormente, a parlamentar paranaense recusou de forma cabal a possibilidade, alegando o fato de ela ser ré em ação penal no âmbito da Operação Lava Jato ao lado do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva.

Líderes da CNB defendem que Lula chame a senadora para uma conversa e tente persuadi-la em nome da unidade da sigla. Há dias, o ex-presidente da República convocou dirigentes petistas para maios uma vez afirmar que não aceita disputar a presidência do PT.

Trata-se da terceira vez que Lula mudou de posição a respeito do assunto. Alguns integrantes da CNB, corrente que o pressionava a aceitar o cargo, ainda prometem insistir no nome do dramaturgo do Petrolão. “Para mim ainda tem de ser o Lula”, disse Jaques Wagner, ex-ministro da Casa Civil.

A desistência de Lula abriu de vez a disputa interna no PT. A corrente “Movimento PT”, que reúne cerca de 10% da legenda, decidiu lançar candidato próprio à sucessão de Rui Falcão. O nome deve ser definido nos próximos dias. A escolha do novo presidente do PT acontecerá no 6º Congresso Nacional da legenda, marcado para 3 e 4 de junho, em Brasília.

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