O Parlamento escocês aprovou nesta terça-feira (28) a proposta da primeira-ministra Nicola Sturgeon de realização de novo referendo sobre a independência do Reino Unido. O aval para a iniciativa foi dado na véspera da data prevista para o governo britânico iniciar oficialmente o Brexit, o processo de saída da União Europeia (UE).
Por 69 votos a favor e 59 contra, os parlamentares aprovaram a moção de Sturgeon para um referendo entre o final de 2018 e o início de 2019, assim que as condições do Brexit forem conhecidas, mas antes de entrarem em vigor.
“As pessoas da Escócia têm o direito de escolher entre o Brexit, possivelmente um Brexit muito duro, ou se tornarem um país independente para escolher nosso próprio curso”, disse a premiê aos parlamentares.
No referendo em que foi aprovada a saída do Reino Unido do bloco europeu, realizado em junho do ano passado, 62% dos escoceses votaram pela permanência na União Europeia.
“Espero que o governo britânico respeite a vontade deste Parlamento e, se o fizer, iniciarei a discussão com boa-fé e vontade de achar um meio termo”, afirmou a primeira-ministra, após a votação.
Reino Unido diz não
A realização do referendo de independência depende do aval do governo britânico, que descartou nesta terça-feira, após a votação do Parlamento escocês, negociar a proposta.
“Seria injusto pedir aos escoceses para tomar uma decisão crucial sem as informações necessárias sobre nossa relação futura com a Europa ou como seria uma Escócia independente”, disse o governo britânico.
Em referendo sobre a independência em 2014, a Escócia optou por permanecer no Reino Unido. Porém, a primeira-ministra argumenta que as circunstâncias mudaram com o Brexit e afirma que os escoceses não podem ser obrigados a deixar a UE contra a sua vontade.
Uma pesquisa de opinião divulgada neste mês pelo ScotCen apontou que 46% dos escoceses são a favor da independência. Este é o maior nível já registrado na avaliação anual sobre o tema, realizada desde 1999. (Com agências internacionais)