Bolívia suspende sessão extraordinária da OEA para definir situação da caótica Venezuela

(Reuters)

Contrariando o pedido de 20 países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA), a Bolívia, que assumiu há dois dias a presidência rotativa do Conselho Permanente da entidade, suspendeu nesta segunda-feira (3) a sessão extraordinária convocada para discutir a crise na Venezuela. Diplomatas criticaram a decisão.

Em comunicado, o governo boliviano defendeu a suspensão e argumentou que a decisão foi tomada por não receber as informações necessárias para presidir a sessão. O Ministério do Exterior boliviano ressaltou que convocará uma nova reunião, seguindo as normas da organização.

Aliada do ditador venezuelano Nicolás Maduro, a Bolívia afirmou ainda que não aceitará imposições ou pressões contra sua soberania e ressaltou que pretende conduzir a OEA com base no respeito e na colaboração mútua. Maduro e Evo Morales, presidente da Bolívia, rezam pela mesma cartilha do comunismo bandoleiro, que socializa a miséria e privilegia uma minoria que vive como nababos.

De acordo com fontes diplomáticas ouvidas pela agência de notícias Efe, a decisão da Bolívia é insólita, pois, embora o regulamento não seja preciso neste sentido, sempre ficou entendido que o presidente do Conselho tem uma função de coordenador e que atua em consulta com os Estados.

O embaixador mexicano na OEA, Luis Alfonso de Alba, considerou a decisão “unilateral” e “sem justificativa” da Bolívia um abuso grave. Alba avalia a possibilidade de realizar um encontro informal entre os países que solicitaram a sessão extraordinária ainda nesta segunda-feira.


Os vinte países que solicitaram a sessão são Canadá, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Santa Lúcia, Jamaica, Barbados, Bahamas, Guiana, Uruguai e Belize.

A convocação foi feita com o objetivo de “considerar os recentes eventos” na Venezuela, mas em sua ordem do dia levava incorporada a votação de uma minuta de resolução que inclui as reivindicações mais exigentes feitas pelos países da OEA até agora ao governo Maduro.

O texto expressa uma “profunda preocupação com a grave alteração inconstitucional da ordem democrática” na Venezuela e o “apoio contínuo por um diálogo e negociação que leve à restauração da ordem democrática”.

É preciso que os países-membros da OEA protestem duramente contra a decisão da Bolívia, cobrando uma revisão da decisão, pois em jogo está o futuro do povo venezuelano, que há muito vive debaixo de uma ditadura truculenta e sanguinária. Ademais, para turbinar o caos, a vitória do esquerdista Lenín Moreno na corrida presidencial equatoriana deu fôlego ao decadente esquerdismo latino-americano. (Com agências internacionais)

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