Réu em cinco ações penais, Lula recomenda Gleisi, ré por corrupção, para a presidência do PT

A semelhança do Partido dos Trabalhadores com uma facção criminosa – a sugestão foi feita pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) – está cada vez mais flagrante. Réu em cinco ações penais, a maioria resultante da Operação Lava-Jato, o ex-presidente Lula, o dramaturgo do Petrolão, faz mistério sobre quem é o seu candidato à presidência do PT, que vive uma cizânia típica de fim de festa.

Cada vez mais perto de uma condenação na esfera da Lava-Jato e após rechaçar o plano que o levaria à presidência nacional do PT, Lula agora começa a elogiar a “companheira” Gleisi Helena Hoffmann, senador pelo Paraná e líder da bancada da legenda no Senado.

Igualmente ré por corrupção – o processo tramita no Supremo Tribunal federal (STF) –, Gleisi foi denunciada acusada por sete delatores de operações da Polícia Federal de envolvimento em esquemas de propina. Além de alvo da Lava-Jato, a senadora petista está na mira da Operação Custo Brasil, em que o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), é acusado de ser o chefe de um esquema criminoso que surrupiou mais de R$ 100 milhões de servidores federais, inclusive aposentados, que recorreram a empréstimos consignados.


Gleisi Helena, que deveria comemorar caso escape de uma condenação à prisão, faz charme diante do apoio de Lula. Diz que só entra no páreo se houver consenso em torno do seu nome, coisa difícil no PT.

A ala “Construindo um Novo Brasil” (CNB), majoritária no PT, está entre a candidatura do ex-ministro Alexandre Padilha (Saúde) – esteve no olho do escândalo envolvendo o misterioso laboratório Labogen, uma das lavanderias do doleiro Alberto Youssef – e do tesoureiro Márcio Macedo. O grupo “Muda PT” quer o senador Lindbergh Farias (RJ) no comando do partido. A eleição está marcada para junho e promete colocar em capôs opostos dois “coleguinhas” que até recentemente engrossavam a primeira fila da trupe que defendia a então presidente Dilma Rousseff.

A escolha de uma ré por corrupção para presidir o partido que prometeu fazer uma revolução ética na política brasileira não é apenas uma ironia perversa. Na verdade, trata-se de espécie de imperativo para um partido que, no poder, revelou ser uma quadrilha sequiosa por derreter os cofres públicos. O problema maior dos petistas está na dificuldade de encontrar algum candidato à presidência da legenda que não tenha contas a ajustar com a Justiça.

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