Lava-Jato: possível delação premiada de Antonio Palocci caiu como bomba no PT e preocupa o alarife Lula

Delações começam a tirar o sono de nove entre dez integrantes da cúpula do PT. Depois da homologação das delações de João Santana e Mônica Moura, marqueteiros petistas nas três últimas eleições presidenciais, e a chamada “delação do fim do mundo”, levada a cabo por 78 executivos e ex-dirigentes do grupo Odebrecht, os “companheiros” foram surpreendidos pela informação de que Antonio Palocci Filho, preso em Curitiba desde 26 de setembro de 2016, no rastro da Operação Omertà (35ª fase da Operação Lava-Jato), está disposto a soltar a voz.

Acusado de receber milhões de reais em propina da Odebrecht para atuar em favor do grupo empresarial baiano, no período de 2006 a 2013, junto ao governo federal, com direito a interferir em muitas decisões, Palocci transformou-se no mais novo problema do ex-presidente Lula, o dramaturgo do Petrolão.

Preocupado com o que o seu ex-ministro da Fazenda pode revelar às autoridades sobre o esquema de corrupção na era petista, Lula teria informado ao advogado de Palocci sua insatisfação com a possibilidade de delação.

Temendo que o “companheiro” chegue às vias de fato, Lula pediu que a defesa tente demover Palocci da ideia, que já é considerada uma bomba-relógio. Fazer esse pedido não foi tarefa fácil para Lula, que em seu rol de advogados conta com os serviços do notável criminalista José Roberto Batochio, responsável pela defesa de Palocci.


Batochio negou ter conversado sobre esse assunto com Lula, assim como descartou a possibilidade de Palocci aderir à colaboração premiada. Experiente, o criminalista jamais confirmaria essas informações.

O desafio maior é fazer o ex-ministro desistir da ideia, já que outros petistas presos na Lava-Jato que optaram pelo silêncio obsequioso deram-se mal: José Dirceu, condenado a 23 anos de prisão, e João Vaccari Neto, a 15 anos.

Contundo, continua causando estranheza o fato de Lula e Palocci serem defendidos por um dos mais renomados e criminalistas do País, cujos honorários sempre trafegam na seara dos sete dígitos. Com a maior parte dos recursos financeiros bloqueada e sem trabalhar há seis meses, Antonio Palocci precisa explicar como consegue custear sua defesa.

O mesmo deveria fazer Lula, que não sabe ao certo quanto recebe mensalmente. Sendo conservador em termos de cálculos, Lula embolsa aproximadamente R$ 30 mil a cada trinta dias, computando aposentadoria, pensão da falecida ex-primeira-dama e salário de presidente de honra do PT.

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