STF homologa delação de João Santana e Mônica Moura; situação de Dilma piorou muito nas últimas horas

A mirabolante entrevista da ex-presidente Dilma Rousseff ao jornal “Folha de S. Paulo” caiu por terra na tarde desta terça-feira (4), depois que o ministro Luiz Edson Fachin (STF), relator da Operação Lava-Jato, homologou o acordo de colaboração premiada casal João Santana e Mônica Moura e de André Santana, negociado com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Responsável pelas três últimas campanhas presidenciais do PT, Santana admitiu ao juiz Sérgio Moro ter recebido US$ 4,5 milhões, por meio de caixa 2, como parte dos honorários da campanha de Dilma Rousseff em 2014. Com a homologação do acordo, a situação da ex-presidente torna-se ainda mais difícil, pois os delatores (João, Mônica e André) assumiram o compromisso de prestar informações verdadeiras e passiveis de comprovação.

Durante a negociação do acordo, João Santana disse aos procuradores da República que poderia detalhar despesas de Dilma pagas por ele, como, por exemplo, os serviços do cabeleireiro Celso Kamura. Além disso, o marqueteiro afirmou que a petista avisou sobre eventual prisão, quando o casal estava na República Dominicana.

Com a homologação das delações, João Santana, Mônica Moura e André Santana não poderão distorcer as informações repassadas à força-tarefa da Lava-Jato quando prestarem depoimento, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no caso que investiga abuso de poder econômico e político por parte da chapa Dilma-Temer.

Ciente de que o cerco começa a se fechar em seu entorno, Dilma afirmou na entrevista à Folha que o empresário Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba, fez uma “delaçãozinha” após ser coagido. O acordo de colaboração premiada da Odebrecht é considerado no escopo da Lava-Jato como a “delação do fim do mundo”, mas a ex-presidente tenta minimizar o fato com palavras que apenas denotam seu desespero.


Tropeçando nas próprias palavras, algo que acontece quando perde o controle da situação, Dilma disse que Odebrecht “sofreu muitos tipos de pressão” para aceitar a condição de delator e que seus depoimentos são “uma coisa absolutamente ridícula”.

“Não venham com delaçãozinha de uma pessoa que foi submetida a uma variante de tortura, minha filha. Ou melhor, de coação”, disse Dilma.

A situação de Dilma Rousseff piora sobremaneira com o passar dos dias e, principalmente, com, o avanço da Operação Lava-Jato. Classificar os depoimentos de Odebrecht como “uma coisa absolutamente ridícula” é sinal de que a ex-presidente já percebe que seu castelo de cartas está à beira de desmoronar. Afinal, outras delações estão a caminho e negar fatos comprovados é impossível.

Sem perceber que suas declarações avançavam em terreno perigoso e poderiam se transformar em uma “arma”, Dilma, ao ser questionada sobre Michel Temer, declarou à Folha: “Nós pagamos integralmente todas as despesas dele”.

Dilma Rousseff conseguiu a proeza de inocentar Temer no âmbito da ação que tramita no TSE. Para quem considera o atual presidente um golpista, Dilma está vivendo um momento de plena candura ou sua suposta inocência beira a ignorância.

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