De olho no Brexit, Theresa May anuncia eleições antecipadas no Reino Unido

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou nesta terça-feira (18) que planeja convocar eleições gerais antecipadas no país, a serem realizadas no próximo dia 8 de junho.

“Precisamos de eleições gerais, e precisamos delas agora […] antes que comecem as conversas detalhadas”, disse a premiê, referindo-se a negociações com a União Europeia sobre o Brexit – saída do Reino Unido do bloco. Ela anunciou que o pleito é necessário para assegurar “a liderança forte e estável de que o país precisa”.

De acordo com a primeira-ministra, desde que os britânicos votaram pelo Brexit, em referendo realizado em junho de 2016, a população uniu-se em torno do tema, apesar das dúvidas que permanecem, mas os políticos, não. May afirmou que os partidos de oposição podem influenciar negativamente as negociações sobre os termos do divórcio do bloco europeu, que certamente provocará perdas econômicas ao Reino Unido, algumas das quais já são sentidas.


“Uma divisão em Westminster colocará em risco a capacidade do Reino Unido de fazer do Brexit um sucesso”, disse a chefe do governo britânico, que a depender do resultado das eleições antecipadas poderá ser apeada do cargo.

O Partido Conservador, legenda de Theresa May, aparece bem à frente do Partido Trabalhista em pesquisas de opinião. Dos eleitores, 50% afirmam que May seria a melhor primeira-ministra, contra 14% a favor de Jeremy Corbyn, líder trabalhista. Uma vitória fortaleceria a premiê antes das negociações com a UE.

Theresa May, que foi nomeada primeira-ministra após o país decidir pelo Brexit, afirmou que pedirá nesta quarta-feira à Câmara dos Comuns que apoie o pleito antecipado. De acordo com a legislação britânica, a primeira-ministra pode convocar uma eleição se dois terços dos parlamentares votarem a favor.

O líder do Partido Trabalhista, principal legenda da oposição, já afirmou que apoiará a convocação, caso seja levada a termo. As próximas eleições parlamentares britânicas gerais deveriam acontecer somente em 2020. (Com agências internacionais)

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