Luiz Inácio da Silva, o dramaturgo do Petrolão, continua acreditando que está acima da lei e de todos. Afundando cada vez mais no maior esquema de corrupção de todos os tempos, que levou o País à débâcle institucional, Lula quer ser tratado como divindade, apenas porque tenta disseminar a tese boquirrota de que sofre perseguição política e é alvo de caçada judicial.
Ainda sem explicar como consegue custear uma equipe de advogados cujos honorários frequentam a seara dos sete dígitos, Lula vem usando discursos ufanistas e chicanas jurídicas para tentar escapar da condenação. A mais nova investida de seus defensores contra a Operação Lava-Jato fracassou e o petista terá de comparecer às oitivas das testemunhas arroladas no processo que versa sobre o pagamento de propina a partir de oito contratos do Grupo Odebrecht com a Petrobras, no valor de R$ 75 milhões.
Os advogados do petista-mor arrolaram 87 testemunhas de defesa, na esperança de que o juízo se intimidaria com a manobra rasteira e covarde. Responsável na primeira instância da Justiça Federal pelos processos resultantes da Operação Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro concordou em ouvir as testemunhas para que o réu não alegue, mais adiante, cerceamento de defesa.
Contudo, Moro determinou que Lula terá acompanhar presencialmente, em Curitiba, todas as oitivas das testemunhas. A decisão foi o bastante para que os advogados do petista alegassem que se trata de arbitrariedade por parte do juiz, como se a lei não devesse ser cumprida à risca e de forma isonômica por todos os cidadãos., sem distinção de qualquer natureza
A decisão de Sérgio Moro não era esperada pelos advogados do ex-metalúrgico, que a partir de agora poderão desistir de algumas testemunhas, o que de certa maneira agilizará o julgamento, ao mesmo tempo em que pode encurtar o caminho que leva à condenação.
Quem acompanha os bastidores da Lava-Jato já percebeu que nos últimos dias, após as bombásticas e estarrecedoras delações dos executivos e ex-diretores da Odebrecht, a defesa de Lula perdeu o ânimo. Seus advogados não mais rebatem com a ênfase de antes o cipoal de acusações que surge diariamente, até porque é preciso considerar que os delatores assumem perante as autoridades, no âmbito do acordo de colaboração premiada, o compromisso de não faltar com a verdade e revelar fatos passíveis de comprovação.
O desespero que já começa a tomar conta dos defensores do ex-presidente levou um dos seus advogados, Cristiano Zanin Martins, a afirmar que o juiz “tenta desqualificar a defesa e manter Lula em cidade diversa da qual ele reside para atrapalhar suas atividades políticas, deixando ainda mais evidente o ‘lawfare’”.
Na opinião de Martins, que já gastou os quinze minutos de fama a que tinha direito, “a decisão também mostra que Moro adota o direito penal do inimigo em relação a Lula e age como ‘juiz que não quer perder o jogo’, como foi exposto pelo renomado jurista italiano Luigi Ferrajoli em análise pública realizada no último dia 11/04 no Parlamento de Roma (www.averdadedelula.com.br).