Mônica Moura afirma ao TSE que tratou diretamente com Dilma sobre caixa 2 da campanha de 2014

Assim como todos os envolvidos no maior caso de corrupção da história, o Petrolão, a ex-presidente Dilma Vana Rousseff sempre negou participação na roubalheira sistêmica que levou o País a uma crise institucional sem precedentes, assim como ainda alega que desconhecia o esquema criminoso.

Nesta segunda-feira (24), o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, responsável pelas três últimas campanhas presidenciais do PT (2006, 2010 e 2014), depôs na Justiça Eleitoral no processo que pode culminar com a cassação da chapa Dilma-Temer, acusada de abuso de poderes econômico e político.

Cumprindo conhecida estratégia de inquirição, a primeira a depor foi Mônica Moura, que não teve dificuldade para revelar a verdade. Condenada na Operação Lava-Jato e beneficiada por acordo de colaboração premiada, Mônica disse que tratou diretamente com Dilma Rousseff sobre o caixa 2 da campanha de 2014.

Tal afirmação complica sobremaneira a situação da petista, que, dependendo da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), poderá ficar inelegível por oito anos, de acordo com pedido feito pelo Ministério Público Eleitoral. Considerando que Mônica Moura depende da verdade para continuar em liberdade, mesmo que restrita, Dilma está encalacrada.


O marqueteiro João Santana depôs na sequência à Justiça Eleitoral e por certo não revelou algo destoante do que declarou Mônica Moura. Aliás, Santana não tem como fugir do conteúdo do acordo de colaboração premiada selado com a força-tarefa da Lava-Jato.

Os depoimentos de Santana e Moura ao TSE são devastadores e colocam uma sequência de nuvens negras e carregadas no horizonte do Partido dos Trabalhadores, que não tem saída diante dos recentes depoimentos, a não ser aceitar a realidade e reconhecer que o castelo farsesco desmoronou.

Depois dos depoimentos bombásticos e reveladores dos delatores da Odebrecht, negar os fatos tornou-se missão impossível para qualquer político ou partido, em especial o PT. Ex-presidente e herdeiro do grupo empresarial baiano, Marcelo Odebrecht disse, em depoimento de delação, que procurou o atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), para que uma planilha com dados sobre pagamentos, através de caixa 2, feitos a João Santana no exterior.

As declarações de Odebrecht foram tão comprometedoras, que Dilma sequer ousou reagir com maior contundência após o depoimento do empresário. As informações repassadas por Marcelo Odebrecht, todas documentadas, encontraram guarida nos depoimentos de João Santana e Mônica Moura ao TSE, fechando um enredo criminoso jamais visto no País.

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