Trump chama todos os cem senadores à Casa Branca para discutir questões sobre a Coreia do Norte

Em convocação atípica, o governo de Donald Trump chamou à Casa Branca todos os cem senadores para discutir, na quarta-feira (26), a crescente tensão com a Coreia do Norte, que continua a ameaçar o planeta com suas armas nucleares.

Os senadores foram convidados a participar de reunião com o secretário de Estado, Rex Tillerson, o secretário de Defesa, Jim Mattis, o diretor da inteligência nacional, Dan Coats, e o general Joseph Dunford, chefe do Estado-Maior Conjunto.

Normalmente, as autoridades do governo dirigem-se ao Capitólio para informar os membros do Congresso sobre temas relacionados à política externa e sobre questões de segurança nacional. O caminho inverso é incomum. Já houve no passado esse movimento de senadores indo à casa Branca, mas com número reduzido de parlamentares.

David Popp, porta-voz do líder republicano no Senado, Mitch McConnel, explicou que Trump “ofereceu sediar a reunião e que o líder do Senado concordou”. Outras lideranças do Senado sinalizaram que a maioria, se não todos os senadores, deve comparecer à Casa Branca.

O convite incomum deixou alguns legisladores apreensivos, já que o Capitólio detém um local seguro e de tamanho apropriado para lidar com reuniões do tipo. De acordo com o jornal The Washington Post, alguns senadores levantaram a questão sobre se o governo de Trump não estaria pretendo usar o evento como uma encenação fotográfica para marcar seus primeiros cem dias como presidente.


Membros do Congresso sugeriram que a apresentação na Casa Branca tornaria mais fácil para Trump “passar por lá” e talvez assumir o controle da reunião. “Ouvi que isso veio do próprio Trump, que do nada disse ‘por que não os trazemos para cá em vez disso?’”, afirmou um assessor ao jornal americano, sob condição de anonimato.

A apresentação, segundo fontes do governo, poderia ser feita no Eisenhower Executive Office Building, edifício ao lado da Casa Branca e que abriga boa parte do Conselho de Segurança Nacional. Mas ainda não há confirmação oficial.

O auditório seria temporariamente transformado em “instalação de informação sensível compartimentada” (Scif, na sigla em inglês). Tais instalações são feitas para resistir ações de espionagem ou ciberataques. O Capitólio possui um Scif no subsolo.

“Essas apresentações sempre foram feitas no Scif daqui”, disse um assessor do Senado ao The Washington Post, também sob a condição de anonimato. “Isso significa que as informações confidenciais serão compartilhadas numa localização não segura? Ou que não estaremos ouvindo nada sobre material confidencial?”

O governo Trump tem enrijecido sua retórica contra a Coreia do Norte e pressionado a China a exercer mais influência sobre Pyongyang para que o regime comunista liderado por Kim Jong-un pare de realizar testes nucleares e balísticos. Na segunda-feira (24), a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, disse que Washington pode atacar a Coreia do Norte caso o país agrida uma base militar americana ou faça um teste de míssil balístico intercontinental. (Com agências internacionais)

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