Lava-Jato: denunciado pela terceira vez, José Dirceu ainda não explicou como consegue custear defesa

Nesta terça-feira (2), dia em que a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) pode decidir pela soltura de José Dirceu de Oliveira e Silva, preso desde agosto de 2015 na esteira da Operação Pixuleco (17ª fase da Operação Lava-Jato), procuradores da República ofereceram nova denúncia contra o ex-ministro da Casa Civil (governo Lula) pela prática de 33 crimes de lavagem de dinheiro.

Dirceu, que foi condenado à prisão na Ação Penal 470 (Mensalão do PT), é acusado de receber, entre 2007 e 2014, vantagens indevidas no valor de R$ 2,4 milhões, decorrentes de crimes de cartel, fraude a licitação e corrupção, praticados em favor das empreiteiras Engevix e UTC.

Tomando por base a nova denúncia (terceira) contra Dirceu, fica clara e evidente a continuidade delitiva, o que, em tese, deve nortear a 2ª Turma do STF ao decidir sobre o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do ex-ministro. Nesse caso, se respeitada a lógica jurídica, Dirceu deve continuar preso, pois além disso representa uma grave ameaça às investigações da Lava-Jato.


O criminalista Roberto Podval, responsável pela defesa de José Dirceu, disse que o Ministério Público Federal abusou do “direito de denunciar” ao listar 33 crimes de lavagem de dinheiro. Aos jornalistas, o advogado afirmou não haver razão para manter a prisão de alguém com mais de setenta anos. Quando usou o poder de influência junto aos governos petistas e recebendo vantagens indevidas, José Dirceu sequer se preocupava com a idade.

Enquanto cumpriu pena de prisão no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, Dirceu continuou prestando serviços de consultoria (sic). Esse período foi um dos mais rentáveis em termos financeiros para o outrora comissário palaciano.

Aproveitando a questão financeira, José Dirceu, que está sem trabalhar desde que foi preso na Lava-Jato, ainda não explicou como consegue custear um dos mais caros e requisitados criminalistas do País. Como o PT ainda não decifrou legalmente o milagre da multiplicação, alguém está a pagar a conta. Até porque, criminalistas entendem que o crime compensa.

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