Justiça ouviu testemunhas contra Gleisi Hoffmann, a “Amante”, e o marido; hora da Justiça se aproxima

Na última sexta-feira (5) começou mais um capítulo de tensão para os petistas Gleisi Helena Hoffmann e Paulo Bernardo da Silva, o casal mais enrolado da República, que um dia foi a sensação (sic) da Esplanada dos Ministérios.

Testemunhas de acusação depuseram na Justiça Federal de Curitiba, no âmbito da Operação Lava-Jato, contra a dupla que a reboque de desculpas evasivas tenta escapar das muitas denúncias de corrupção e outros crimes correlatos. Os depoentes foram ouvidos por auxiliares do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), em ação penal que apura crimes cometidos na órbita do Petrolão, o maior esquema de corrupção de todos os tempos.

Acusada por mais de meia dúzia de delatores a Lava-Jato de ter recebido dinheiro do esquema de propina que funcionava na Petrobras e ré por corrupção no STF, Gleisi Helena era conhecida nos subterrâneos da corrupção pela alcunha ‘Coxa’, mesmo sendo torcedora fanática do Atlético Paranaense, histórico rival do Coritiba.

Contudo, de acordo com delatores da Odebrecht, a petista também era mencionada na planilha de propinas do grupo empresarial baiano sob o sugestivo codinome “Amante”, detalhe que tem feito a alegria dos especuladores de plantão.


O marido da senadora (Paulo Bernardo), por sua vez, é suspeito de ser o agenciador de propinas da mulher e de ter chefiado uma quadrilha que subtraiu mais de R$ 100 milhões de servidores federais e aposentados que recorreram a empréstimos consignados através do sistema Consist. Parte desse dinheiro ilícito teria custeado despesas pessoais de Gleisi.

As testemunhas que soltaram o verbo contra Gleisi e Bernardo foram o ex-presidente do PP, Pedro Corrêa, e o advogado de Curitiba, Antônio Carlos Brasil Fioravante Pieruccini, parceiro de negócios do doleiro Alberto Youssef. O casal petista é acusado de receber, em 2010, R$ 1 milhão do Petrolão.

O empresário curitibano Ernesto Kugler Rodrigues, réu na mesma ação penal e que foi escolhido para ser o recebedor da propina, é acusado de repassar o dinheiro à petista. Apresentada em maio de 2016 ao STF, a denúncia foi aceita quatro meses mais tarde, em setembro, quando a Corte abriu a respectiva ação penal.

Outras sete testemunhas de acusação arroladas a pedido do Ministério Público Federal (MPF) serão ouvidas até o final de maio. Os réus participarão de interrogatório após a realização das oitivas.

apoio_04