Lava-Jato: Moro nega pedido de Lula para gravar interrogatório e desmonta estratégia petista

Acusados por delatores da Operação Lava-Jato de participação no maior esquema de corrupção de todos os tempos e réu em várias ações penais, Lula insiste em apresentar-se à opinião pública como vítima de injustiça, dando a entender que as denúncias no âmbito do Petrolão são falsas e fruto de perseguição política. Esse discurso mitômano é repetido como mantra pelos “companheiros”, que veem no juiz Sérgio Moro um algoz que está determinado a arruinar o petista-mor.

Ao contrário dessa cantilena esquerdista, que tenta salvar quem não tem salvação, Moro simplesmente cumpre o que determina a legislação vigente, com base nas investigações patrocinadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF).

Ciente de que escapar de uma condenação tornou-se difícil, quase impossível, o ex-metalúrgico e seus advogados apostam na dramatização como forma de construir um enredo rocambolesco a ser eventualmente apresentado ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra. A ideia é transformar Lula em vítima de um complô ancorado pela direita, quando na verdade o petista é alvo das próprias estripulias.

Esse roteiro traçado pela defesa de Lula sofreu um revés nas últimas horas, já que Moro proibiu os advogados de filmarem o depoimento do ex-presidente na próxima quarta-feira (10), em Curitiba, no escopo do escândalo do malfadado triplex em Guarujá, no litoral paulista. O magistrado alegou que as imagens gravadas pela Justiça Federal são públicas e garantem a lisura das oitivas.


A estratégia dos advogados, como ocorreu em audiências recentes, era criar uma confusão durante o interrogatório de Lula, transformando-o em vítima de perseguição implacável. A suposta gravação seria editada e manipulada de acordo com a conveniência do réu e utilizada como material de campanha e também de defesa junto organismos internacionais. Como a gravação da Justiça não pode ser utilizada a esmo, o petista terá de ensaiar outra cena.

Com a recusa do juiz responsável pelos processos decorrentes da Lava-Jato, Lula perde mais uma oportunidade de colocar em marcha um script tão mentiroso quanto bandoleiro, pois a opinião pública já sabe quem foi o responsável pelo esquema criminoso que derreteu os cofres da Petrobras e outras instituições oficiais.

Lula, finório profissional, tem o direito à ampla defesa, mas não pode apelar ao dramalhão para evitar o pior. Se sua alegada inocência é o que de mais certo há no País, neste momento, que seus advogados se encarreguem de prová-la em caráter definitivo. Do contrário, o melhor é se preparar para uma temporada atrás das grades.

Se até agora Lula não conseguiu demonstrar como consegue custear uma equipe de advogados caros e badalados, até porque seu rendimento mensal oficial é insuficiente para enfrentar honorários na casa dos sete dígitos, fica pendente a informação de quem bancaria a pretendida gravação do interrogatório.

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