Demissão de diretor do FBI reacende a polêmica sobre a interferência russa na eleição dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu, na terça-feira (9) o diretor do FBI, James Comey, e alegou a necessidade de restaurar a confiança pública na agência depois de meses tumultuados.

Trump afirmou que a demissão tem efeito imediato e destacou que a recomendação para a substituição do diretor partiu do Departamento de Justiça, que estava investigando Comey pelas declarações públicas feitas poucos dias antes da eleição sobre suspeitas contra Hillary Clinton.

Dez dias antes da eleição, o diretor anunciou que o FBI estava investigando mais e-mails como parte de um inquérito – que já havia sido encerrado – sobre o uso de um provedor privado por Hillary Clinton.

A agência voltou atrás dois dias antes da eleição e disse que decidiu não processar a candidata. Porém, as declarações de Comey já haviam provocado um grande escândalo. Os democratas acusam o diretor do FBI pela derrota nas urnas.

A Casa Branca disse que a busca por um novo diretor para o FBI já começou. O porta-voz do presidente, Sean Spicer, afirmou a jornalista que a demissão de Comey foi uma recomendação do procurador-geral, Jeff Sessions.


Diretores do FBI são nomeados para um mandato de dez anos. Comey, de 56 anos, assumiu a agência em 2013. Ou seja, ainda restavam sete anos do mandato. A demissão levantou questões sobre os motivos de Trump. Sob o comando do diretor, o FBI iniciou uma investigação sobre as eventuais conexões entre a Rússia e pessoas ligadas à campanha do republicano.

As alegações de Donald Trump não convenceram. Ao contrário, serviram para aumentar ainda mais as especulações sobre uma eventual relação entre o comando da campanha do republicano e autoridades russas.

Na verdade, ao decidir pela demissão de Comey o presidente dos EUA tentou evitar que o escândalo dos hackers que interferiram na corrida presidencial norte-americana abalasse ainda mais as estruturas de um governo movido pela polêmica, mas que em pouco tempo foi enquadrado pelo establishment local.

Talvez até o final do mandato o estabanado Donald Trump aprenda o que é governar a maior potência do planeta. Afinal, até então o bilionário bufão e incompetente agiu como se fosse o “garoto forte e mal encarado do bairro”.

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