Lava-Jato: STJ impõe nova derrota a Lula e depoimento a Moro está mantido, sem direito a gravações

Nada pode ser mais patético do que o circo armado por Lula e seus aduladores para tumultuar o depoimento do petista-mor ao juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância da Justiça Federal pelos processos resultantes da Operação Lava-Jato.

Insistindo na tese malandra de que é um perseguido político e alvo de caçada judicial, Lula é um velhaco conhecido quando o assunto é manipulação da opinião pública. Contudo, contra todas as expectativas do próprio ex-metalúrgico e de seu entourage, o depoimento foi mantido por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que negou pedido de habeas corpus do dramaturgo do Petrolão, assim como está proibida a gravação da audiência por equipe de cinegrafistas contratada pelo réu. Um terceiro pedido de habeas corpus, que trata do suposto impedimento do juiz Sérgio Moro para continuar no caso, ainda depende de decisão.

Se Lula imaginou que seria fácil transformar o interrogatório em espetáculo midiático e ato de campanha, seu plano fracassou. Isso porque o governo do Paraná colocou centenas de policiais nas ruas do entorno do prédio da Justiça Federal, em Curitiba. Na 13ª Vara Federal da capital do Paraná, sob a batuta de Moro, a situação não será diferente – jogo duro e intransigência dentro do que determina a legislação.

Os advogados do petista sabem que a defesa está perdendo força com o passar dos dias e na esteira dos bombásticos depoimentos dos delatores, mas o desespero que cerca o ex-presidente tem levado seus defensores a investidas equivocadas, quase suicidas.

Ao requerer ao STJ a suspensão do interrogatório, a defesa de Lula sabia que a chance de sucesso era pequena, quase nula. Isso porque na esfera da ação penal em questão há um preso que não pode permanecer muito mais tempo atrás das grades, até porque já selou acordo de colaboração premiada. Trata-se de José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, empresa responsável pela obra do Edifício Solaris, em Guarujá (litoral paulista), onde está localizado o malfadado apartamento triplex, objeto da ação penal em questão.


O depoimento desta quarta-feira é mais um ato processual, mas não se pode ignorar o fato de que se o script legal não for seguido à risca, Lula certamente recobrará a força política que vem perdendo de forma contínua desde a deflagração da primeira fase da Lava-Jato, em março de 2014.

Gazeteiro profissional, Lula não apenas cercou-se de bandidos de carteirinha quando esteve no comando do País – período que avançou sobre o mandato e meio de Dilma Rousseff –, mas adotou o modus operandi de seus apoiadores delinquentes como fórmula existencial. De tal modo, sua condenação em pelo menos uma das ações penais é necessária, desde que respeitados os requisitos legais, pois o Brasil não pode continuar refém de um partido político que de maneira acertada já foi comparado a organizações criminosas.

Em suma, estratégia petista, como sempre bandoleira, era ‘vender’ a ideia de que Lula é inocente, algo que ainda não foi provado por seus defensores nas ações penais. Aliás, Lula continua devendo uma explicação, mesmo que pouco convincente, sobre como consegue pagar os honorários dos advogados e como custeia a pirotecnia a que está agarrada sua defesa.

Para finalizar, Lula precisa esclarecer aos brasileiros de bem os motivos que levaram o empresário mineiro Walfrido dos Mares Guia, ex-ministro do Turismo do primeiro governo petista, a ceder um jato executivo para levar o petista e seus camaradas à capital do Paraná. Que Lula não mais consegue voar em avião de carreira todos sabem, mas essa suposta benesse não saiu de graça. Afinal, Minas Gerais é governada pelo enrolado Fernando Pimentel, filiado ao Partido dos Trabalhadores.

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