Investigadores britânicos identificam responsável por ataque na Manchester Arena

A polícia britânica identificou, nesta terça-feira (23), o suspeito de executar o atentado que deixou ao menos 22 mortos em Manchester. Trata-se de Salman Abedi, de 22 anos. O chefe da polícia local, Ian Hopkins, afirmou que a prioridade no momento é descobrir se o suspeito, que morreu no ataque, agiu sozinho ou com o apoio de uma rede de colaboradores.

Os investigadores não deram mais detalhes sobre o suspeito, porém, segundo a imprensa britânica, Abedi nasceu em Manchester e tinha origem líbia. Seus pais fugiram do regime truculento de Muammar Kadafi. Abedi teria ao menos três irmãos.

O jovem vivia em Manchester em uma das duas residências que foram alvo de operação policial nesta terça-feira. Em uma das casas, os agentes realizaram explosão controlada, aparentemente para abrir a porta do local. Segundo o “The Guardian”, a outra residência vasculhada pelos investigadores seria de um dos irmãos de Abedi, Ismael.

De acordo com o jornal, Abedi era conhecido pelos serviços de segurança, mas não fazia parte de qualquer investigação em curso nem era visto como alguém que representasse perigo elevado.

Um vizinho da casa de Abedi que foi alvo da batida policial afirmou à imprensa que um jovem de cerca de 20 anos morava ali. Antes o local abrigava outros residentes, disse, mas nos últimos seis meses ele não teria visto mais ninguém além do suspeito.

Um conhecido da família de Abedi afirmou ao “The Guardian” que o jovem era quieto e respeitoso e não dava sinais de que seria capaz de executar um atentado.

O ataque com explosivo ocorreu na noite desta segunda-feira durante um show da cantora americana Ariana Grande e deixou ao menos 22 mortos e 59 feridos em Manchester, incluindo crianças e adolescentes. A polícia advertiu sobre “especulações” nas redes sociais sobre os nomes das vítimas da explosão.

“Sabemos que isto é inevitável, mas pedimos às pessoas que deixem que a polícia e o juiz forense publiquem os nomes, uma vez as famílias estejam prontas e contem com o apoio necessário”, afirmou Hopkins.

Até agora, três vítimas foram identificadas: uma menina de oito anos, Saffie Rose Roussos, uma jovem estudante de 18, Georgina Callander, e um jovem de 26, John Atkinson.

Há a suspeita de que mais pessoas, além do suicida, estejam envolvidas indiretamente no ataque. Um jovem de 23 anos foi detido em Manchester por suposta relação com o ataque. Mais detalhes não foram divulgados pela polícia. Esta foi a única detenção até o momento no caso.

O grupo extremista “Estado Islâmico” (EI) reivindicou a autoria do atentado. Numa mensagem publicada nas mídias sociais, o grupo afirmou que o executor do atentado era um “soldado do califado”, que colocou “bombas entre a multidão”.


May: “Covardia doentia”

A primeira-ministra britânica, Theresa May, realizou nesta terça-feira uma visita privada ao hospital infantil de Manchester, onde algumas vítimas do atentado estão sendo tratadas. A premiê se deslocou para a cidade após realizar uma reunião de emergência para avaliar a magnitude do ataque.

Antes da visita, falando diante do número 10 de Downing Street, sede do governo britânico, May disse que Manchester foi alvo de um atentado frio, covarde e planejado para causar uma carnificina. Ela prometeu que, se houver mais envolvidos no ataque, eles serão encontrados.

“Esse ataque se destaca pela covardia doentia e aterrorizante”, disse May. “Mas a covardia do autor do ataque se confrontou com a bravura dos serviços de emergência e do povo de Manchester. E, apesar de não ter sido a primeira vez que Manchester sofreu desta forma, é o pior ataque que a cidade já experimentou e o pior da história do norte da Inglaterra.”

A rainha Elizabeth 2ª prestou homenagem às vítimas com um momento de silêncio, ao lado do marido, príncipe Philip, e do príncipe Charles, na escadaria do Palácio de Buckingham. A homenagem foi seguida pelo Hino da Inglaterra.

Diversos governos do mundo condenaram o atentado e prestaram homenagens às vítimas. Em Manchester, a população realizou uma vigília em frente à prefeitura da cidade e também silenciou por um minuto.

O ataque

A explosão aconteceu na segunda-feira por volta das 22h30 (hora local), na saída do espetáculo. Ela ocorreu num espaço aberto, no foyer da Manchester Arena, casa de espetáculos que pode abrigar quase 30 mil pessoas e que é considerada uma das mais modernas do planeta.

Testemunhas descreveram como, pouco depois de Ariana Grande se despedir do público e enquanto as luzes se acendiam no pavilhão, uma grande explosão provocou pânico entre os presentes, que correram buscando uma saída.

O ataque ocorreu a menos de três semanas das eleições gerais no Reino Unido, previstas para 8 de junho, mas a campanha eleitoral foi suspensa. Trata-se do atentado mais mortal em território britânico desde o de 7 de julho de 2005, executado contra o transporte público londrino, que deixou mais de 50 mortos. O Reino Unido está há meses no nível de alerta “severo”, o que significa que um ataque de terrorista é considerado altamente provável. (Com agências internacionais)

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