O acordo entre o ex-presidente das Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Terra Teixeira, e autoridades dos Estados Unidos está a um passo de ser concluído. É o que informa o jornalista esportivo Wanderley Nogueira, da Rádio Jovem Pan.
Os EUA têm grande interesse em saber o que o ex-cartola tem para revelar, ao mesmo tempo em que esperam recolher alguns bons milhões de dólares aos cofres do país. Afinal, Ricardo Teixeira terá de colocar a mão no bolso caso queira minimizar os efeitos colaterais de sua nada ortodoxa passagem pelo futebol.
O único temor dos advogados de Teixeira é o pedido de extradição que poderia ser feito por autoridades espanholas. Estados Unidos e Espanha têm um acordo que permite pedir a extradição de pessoas que estão sendo investigadas. No caso de os EUA garantirem Ricardo Teixeira não será extraditado, o acordo poderá ser concluído com muita brevidade.
O trabalho dos investigadores norte-americanos será convencer os espanhóis de que, pela boa relação entre ambos os países, eles devem evitar o pedido de extradição, mas se comprometem a compartilhar todas as informações disponíveis.
As investigações já teriam encontrado documentos registrando contas milionárias em Lichtenstein e Andorra, entre outros países que funcionam como refúgio de capitais de origem duvidosa. Segundo consta, autoridades dos EUA já teriam em mãos uma longa relação de propriedades de Teixeira em Andorra e Mônaco.
No curso das investigações, conhecidas figuras do futebol brasileiro foram identificadas e permanecem monitoradas. Transferências de jogadores e contratos com importantes empresas já são do conhecimento dos investigadores e foram apontadas inúmeras e graves irregularidades.
Constam no processo documentos referentes a quase duas dezenas de offshores. E muitas dessas empresas localizadas em paraísos fiscais foram citadas, segundo os agentes americanos, por pessoas consideradas do “segundo escalão” dos mais diversos segmentos envolvidos com o futebol.