Donald Trump, o mentecapto, anuncia saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris

Como se fosse Geraldo Viramundo, personagem central do romance “O Grande Mentecapto”, do genial Fernando Sabino, o presidente dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (1), como esperado, a retirada do país do Acordo do Clima de Paris. Uma decisão bizarra de alguém que só consegue se sobressair ao contrariar a lógica, o óbvio. Nada que seja novidade, pois Donald Trump é um delinquente intelectual que acredita ser o último gênio da raça humana.

Assinado em 2015 por quase 200 países, o Acordo de Paris prevê a redução das emissões de gases que provocam o chamado “efeito estufa”, numa tentativa de frear o aquecimento global.

“A partir de hoje, os EUA interromperão todas as implementações do Acordo de Paris e os encargos financeiros e econômicos draconianos que o pacto impõe ao nosso país”, declarou Trump em pronunciamento à imprensa na Casa Branca.

O presidente adiantou que tentará firmar um novo acordo sobre mudanças climáticas que seja “melhor” e mais vantajoso ao país. “Estamos saindo, mas começaremos a negociar e veremos se podemos fazer um acordo justo. Se pudermos, será ótimo. Se não, tudo bem também.”

Promessa de campanha, a decisão já havia sido antecipada pela imprensa americana na quarta-feira, citando fontes oficiais com conhecimento direto sobre o assunto.


Ambientalistas aliados, empresas tradicionais americanas e setores da população chegaram a se posicionar contra a saída do pacto. Segundo pesquisas, dois terços dos americanos são a favor de que os EUA honrem os compromissos assumidos no Acordo de Paris. Companhias como Coca-Cola, Apple, Tesla, e Chevron também defenderam a implementação das medidas de proteção ambiental.

No último fim de semana, enquanto participava da cúpula de líderes do G7 na Sicília, o presidente afirmou em mensagem no Twitter que tomaria a “decisão final” sobre o assunto nesta semana. Segundo a Casa Branca, Trump queria escutar os parceiros do G7, o grupo das sete democracias mais industrializadas do mundo, antes de tomar uma decisão a respeito.

Durante sua campanha eleitoral, Trump criticou duramente o Acordo de Paris e questionou as mudanças climáticas, fenômeno que chegou a qualificar de “invenção” dos chineses. Já como presidente, ele decidiu iniciar um processo para revisar se interessaria aos EUA continuar fazendo parte do pacto.

O tratado assinado na capital francesa estabelece metas para reduzir as emissões globais de gases causadores do efeito estufa, bem como diminuir o uso de combustíveis fósseis, limitando o aquecimento global ao máximo de 2 ºC acima dos níveis pré-industriais.

Em março, em mais um episódio de sua guerra contra o clima, Trump assinou um decreto dando fim ao chamado Clean Power Plan, projeto central da política ambiental de seu antecessor, Barack Obama. Implementado em 2015, o plano fixava limites para as emissões de CO2 por usinas elétricas, obrigando-as a reduzir suas emissões em um terço em comparação com os valores de 2005.

“Meu governo está colocando um fim à guerra contra o carvão. Com esta ordem executiva, tomo um passo histórico para acabar com as restrições à energia americana, reverter a intrusão do governo e cancelar regulamentações que acabam com empregos”, disse o presidente na ocasião. (Com agências internacionais)

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