Em semana decisiva para o futuro do País, brasileiros de bem precisam estar atentos à politicagem

Ainda administrando os efeitos colaterais de uma crise econômica que por enquanto permanece na seara da dúvida, o Brasil enfrenta uma das mais graves crises políticas da sua história.

Meses depois de confirmado o impeachment da petista Dilma Rousseff, que caiu por crime de responsabilidade e principalmente pelo avanço da corrupção, o País depara-se novamente com um cenário que pode culminar com a queda do atual presidente da República, o peemedebista Michel Temer.

Enquanto a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) – leia-se chapa Dilma-Temer – que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entra na reta final, caso não ocorra pedido de vista por parte de algum ministro, a crise que surgiu na esteira da delação dos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos do Grupo JBS, vem tirando o sono dos palacianos, em especial de Michel Temer.

Preocupado com o futuro do governo, Temer reuniu-se nos últimos dias com assessores mais próximos e com advogados, o que exigiu pelo menos duas viagens a São Paulo no final de semana. Uma, na última sexta-feira (2), para conversar com o governador Geraldo Alckmin, cujo objetivo era conter a debandada do PSDB. A segunda no sábado (3), logo após a prisão de Rodrigo Rocha Loures, o “homem da mala”.


Considerando o difícil momento vivido pelo País e a incerteza que voltou a sobrevoar a economia verde-loura, os brasileiros estão apreensivos em relação ao desfecho da crise, mas é preciso avaliar até que ponto a nação suportará a eventual implosão do governo.

Que o Brasil precisa ser passado a limpo ninguém tem dúvida, mas esse processo de assepsia precisa ser conduzido pelas autoridades dentro do que determina a legislação e respeitando as regras republicanas.

Não se pode aceitar que esse processo seja marcado pela politicagem, já que os advogados de Michel Temer suspeitam que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pode deflagrar no decorrer do julgamento alguma prova restante da delação dos irmãos Batista. Se isso acontecer, ficará provado que Janot quer intimidar Temer e influenciar o julgamento do TSE.

Com a possibilidade de vacância da Presidência da República, o que enseja a realização de eleição indireta para o cargo, muitos políticos já ressurgiram em cena para tratar do assunto, mas causa espécie o fato de Marina Silva estar debaixo de silêncio quase obsequioso. Que ninguém pense que esse sumiço da capitã da Rede Sustentabilidade é mera coincidência. Afinal, na política não há espaço para inocentes ou bem intencionados.

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