Ré na Lava-Jato e a “Amante” das planilhas da Odebrecht, Gleisi é a presidente certa para o PT

Pode-se dizer tudo sobre a escolha de Gleisi Helena Hoffmann para comandar o PT no âmbito nacional, menos que a decisão seja fruto da incoerência. Para um partido que tem muitas de suas lideranças na prisão e seu maior líder, o alarife Lula, respondendo a cinco ações penais por corrupção e outros crimes, escolher Gleisi é coerência em estado puro.

A senadora paranaense é ré por corrupção em ação penal decorrente da Operação Lava-Jato e que tramita no STF, aparece nas planilhas de propina da Odebrecht sob o codinome “Amante”, teve os bens bloqueados por determinação da Justiça, enquanto o marido foi preso sob a acusação de chefiar uma quadrilha que subtraiu R$ 100 milhões de servidores federais e aposentados que recorreram a empréstimos consignados por meio do sistema Consist.

Gleisi Hoffmann foi eleita presidente nacional do PT, no último sábado (3), no 6º Congresso Nacional do partido. O ex-presidente Lula, o dramaturgo do Petrolão e acusado de corrupção, foi peça fundamental para vitória de Gleisi sobre o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), também investigado na Lava-Jato, mas não tão enrolado quanto a “companheira”.


A candidata da corrente majoritária “Construindo um Novo Brasil (CNB)” teve 367 votos, 61% do total, contra 226 votos (38%) do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que foi apoiado pelo Muda PT (grupo que reúne quatro correntes de esquerda). O candidato independente José de Oliveira não teve voto.

Na véspera da votação, as correntes Optei e Movimento PT, que detinham 25% dos votos, ameaçaram apoiar Lindbergh. Coube ao ex-presidente Lula, pessoalmente, ligar para o ex-deputado Geraldo Magela, líder do Movimento PT, e para o deputado estadual José Américo Dias (PT-SP), do Optei, para pedir apoio à Gleisi.

Na disputa pelas chapas que determinarão a proporção de cargos de cada corrente na Executiva Nacional e no Diretório Nacional do PT, a aliança entre as correntes “CNB” e “O Trabalho” teve 290 votos; o “Muda PT”, 153; “Optei”, 92, “Movimento PT”, 62; e a “Articulação de Esquerda”, 35.

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