Lava-Jato: Lula diz ser inocente, mas tenta barrar depoimento de testemunhas ao juiz Sérgio Moro

Malandro profissional quando o assunto é política, Lula em muitos momentos o petista como velhaco. Durante o 6º Congresso Nacional do PT, realizado na última semana em Brasília, o ex-metalúrgico disse à “companheirada” que já provou sua inocência no âmbito da Operação Lava-Jato e cobrou o fim da “palhaça”, referência às investigações do maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão.

Se Lula de fato já provou sua inocência, algo que na opinião do UCHO.INFO ainda não aconteceu – seus advogados apenas repetem a cantilena de que não há provas contra o petista –, a defesa não deveria se preocupar com o depoimento das testemunhas arroladas nas cinco ações penais a que responde o petista.

Nesta segunda-feira (5), faltando pouco mais de uma hora e meia para o início dos depoimentos de Emílio Odebrecht e Alexandrino Alencar, presidente do Conselho de Administração da Odebrecht e executivo da empreiteira, respectivamente, os advogados de Lula ingressaram com pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com pedido de limiar, para cancelar as respectivas audiências.

Odebrecht e Alencar prestaram depoimento em ação penal sobre propinas pagas pela empreiteira na esteira do esquema criminoso que seria liderado pelo ex-presidente da República. De acordo com as investigações e os depoimentos dos delatores, os valores teriam chegado a R$ 75 milhões, tendo como contrapartida oito contratos com a Petrobras. As propinas incluem terreno de R$ 12,5 milhões onde seria construída a sede do Instituto Lula, algo que não aconteceu, e o apartamento de cobertura vizinho ao de Lula, em São Bernardo do Campo, por R$ 504 mil.


O advogado Cristiano Zanin Martins, que vem desfrutando dos minutos de fama a que todo ser humano tem direito, alegou no pedido ao TRF-4 que o juiz federal Sérgio Moro somente nesta segunda-feira “deu ciência às partes” sobre documentos juntados pelo Ministério Público Federal sobre delações de executivos do grupo Odebrecht. De acordo com o pedido de habeas corpus, há “impossibilidade de análise do material até as 14 horas”.

“Seja concedida a medida liminar para determinar o cancelamento da audiência agendada para o dia 5 de junho de 2017, às 14h00, na qual serão colhidos os depoimentos de Alexandrino de Salles Ramos Alencar e Emílio Alves Odebrecht”, requereu a defesa.

“Caso não haja apreciação do pedido antes da realização da audiência em tela, requer-se seja declarada a nulidade do ato e a sua imprestabilidade para a instrução do processo, com o desentranhamento dos autos.”

Para quem se autodeclara inocente, tese que á acompanhada de forma pirotécnica por seus caros e badalados advogados, Lula está preocupado em demasia com provas colhidas nas investigações e depoimentos de delatores e testemunhas.

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