TSE: ao afirmar que delatores mentiram, advogado de Dilma sugere que Lava-Jato deve ir pelos ares

O advogado Flávio Caetano, que defende a petista Dilma Vana Rousseff na Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) – por abuso de poder político e econômico – que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse nesta terça-feira (6), diante dos ministros da Corte eleitoral, que são mentirosas as acusações feitas por delatores da Operação Lava-Jato contra a ex-presidente da República.

Caetano, que tentou passar a ideia de que Dilma é inocente e que nenhuma relação teve com a arrecadação de recursos para a campanha presidencial de 2014, disse que o empresário Marcelo Odebrecht e os marqueteiros João Santana e Mônica Moura mentiram nos depoimentos prestados ao TSE. E pediu que os depoimentos sejam desconsiderados.

O advogado cumpre o seu papel ao defender a inocência de Dilma, que por sua vez tem o direito constitucional de não produzir provas contra si. Contudo, Flávio Caetano não pode querer que os magistrados e a opinião pública ignorem o fato de que a campanha de Dilma Rousseff e Michel Temer foi cinematográfica e milionária. Basta fazer um orçamento de campanha semelhante para se comprovar que a campanha da chapa Dilma-Temer torrou dinheiro para garantir a reeleição. E essa gastança só foi possível por causa do dinheiro imundo da corrupção.


Gostem ou não os ministros do TSE, a Justiça Eleitoral é culpada não apenas pela ação em questão, mas por todas as outras da mesma natureza. Isso porque é sabido que as prestações de contas de candidatos de todo o País representam um cipoal de fraudes contábeis. Afinal, as contas enviadas à Justiça Eleitoral nem de longe traduzem a realidade dos gastos dos candidatos. Apenas a título de informação, a campanha de Dilma em 2014 custou aproximadamente US$ 400 milhões.

O defensor de Dilma Rousseff pode alegar o que bem quiser, mas é preciso lembrar que Marcelo Odebrecht, João Santana e Mônica Moura, assim como qualquer delator, assumiram perante as autoridades o compromisso de falar a verdade e revelar fatos passiveis de comprovação. Considerando que os respectivos acordos de colaboração premiada foram devidamente homologados pela Justiça, não há como duvidar dos delatores.

Se, tomando por base o que afirmou o advogado de Dilma, os delatores acima mencionados prestaram ao TSE depoimentos divergentes daqueles prestados às autoridades da Lava-Jato, foi pelos ares a operação que implodiu o maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão.

A essa altura dos acontecimentos políticos, os quais chacoalham o País em todos os seus quadrantes, o objetivo de Dilma Rousseff não é manter a própria elegibilidade, mas atender os interesses do PT, que é acirrar ainda mais a crise, pois só assim o partido conseguirá manter a esperança de não desaparecer na esteira de inúmeros escândalos de corrupção.

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