A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, continua enfrentando dificuldades para reunir apoio suficiente de outros partidos a fim de formar um governo e garantir sua permanência do parlamento britânico, depois do recente e devastador revés eleitoral.
No domingo (11), o partido Unionistas Democráticos (DUP) da Irlanda do Norte desmentiu informações divulgadas na véspera, de que o Partido Conservador teria fechado o “esboço’ de um acordo de coalizão com a legenda ultraconservadora, que detém dez assentos no Parlamento.
A líder do DUP, Arlene Foster, declarou que se encontrará com May na terça-feira (13), enquanto o gabinete da premiê afirma que ela vai “finalizar” um acordo na próxima semana.
Segundo o ministro da Defesa em exercício, Michael Fallon, um acordo não equivaleria a coalizão formal, e a legenda norte-irlandesa só apoiaria May em “temas grandes”. Fallon acrescentou que o Brexit equivaleria a “uma nova parceria com a Europa”.
Desespero político?
Após o pleito antecipado de 8 de junho, com que Theresa May esperava fortalecer a própria posição para negociar o Brexit, faltam ao Partido Conservador oito assentos para a maioria parlamentar.
O posicionamento ultraconservador do DUP em questões como casamento homossexual e aborto levou mais de 600 mil signatários a apresentar uma petição objetando-se à “tentativa desesperada” da chefe de governo para permanecer no poder.
Ex-ministro das Finanças, George Osborne declarou à emissora BBC que “Theresa May é uma “dead woman walking” (em tradução literal, “mulher morta caminhando”), expressão que descreve um condenado à morte dirigindo-se à câmara de execução.
“A questão é só quanto tempo ela vai ficar no corredor da morte”, completou Osborne, que foi jogado para escanteio por May em 2016, quando ela assumiu a chefia de governo de David Cameron.
Trump longe de protestos
O diário liberal inglês “The Guardian” noticiou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria dito a Theresa May, em conversa telefônica, que não visitará o Reino Unido “até que o público britânico apoie sua ida”. Segundo o jornal, Trump não quer fazer uma visita oficial se ocorrerem protestos de massa contra ele.
A premiê britânica foi a primeira líder estrangeira a se encontrar com Trump em Washington, após a posse do novo chefe de Estado. Durante essa visita oficial, Theresa May o convidou a visitar o Reino Unido.
O governo britânico rebateu pouco após a divulgação da notícia pelo “The Guardian”, afirmando que não houve qualquer mudança na planejada visita estatal. “Não vamos comentar especulações sobre o conteúdo de conversas telefônicas privadas. A rainha estendeu um convite ao presidente Trump, e não houve alteração nesses planos”, disse a porta-voz de May. (Com agências internacionais)