Presidente do Instituto Lula e ‘trem pagador’ do petista, Okamotto pede anulação do processo do triplex

Quando o UCHO.INFO defende determinadas decisões da Justiça no âmbito da Operação Lava-Jato e de outras investigações, contrariando o desejo da extensa maioria da população por justiçamento, o faz não porque está do lado dos investigados, mas para que esses não tenham a oportunidade de ingressar com pedido de arguição de nulidade por conta de alguma falha no trâmite processual. Ou seja, este portal defende a punição de acordo com o que determina a lei, como forma de impedir a perpetuação da impunidade.

Abusar de chicanas jurídicas é a estratégia de muitos advogados para, apostando na prescrição dos crimes, atrasar ao máximo o desfecho dos processos, o que em tese garante aos clientes a não condenação. O posicionamento deste noticioso mostra-se necessário no rastro das alegações finais apresentadas por Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, no processo que tem como pano de fundo o polêmico apartamento triplex no Guarujá, no litoral paulista.

Conhecido nos subterrâneos da política como o ‘trem pagador’ do ex-metalúrgico, Paulo Okamotto solicitou ao juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância da Justiça Federal pelos processos da Operação Lava-Jato, a anulação do processo por “cerceamento de defesa”.

Okamotto esperou o processo chegar à fase final para alegar o que poderia ter sido questionado com muita antecedência. Se por um lado o alegado cerceamento de defesa não existiu, por outro essa manobra foi combinada com a defesa de Lula, que a partir de agora tem mais um argumento para embolar o processo.

Os advogados de Okamotto afirmam que o juiz Sérgio Moro “indeferiu a produção de prova processual” ao negar perícia em aparelhos de telefone celular e de ter acesso a trocas de mensagens do ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro.


“Não apenas isso, mas ficou impossibilitada a confirmação da preservação da cadeia de custódia, suscetível a eventuais edições e cortes, não se comprovando sua originalidade. Da mesma forma, inviabilizou-se a expedição de ofício às operadoras de telefonia para que fornecessem as contas regressas dos números de telefone citados, bem como a realização de perícia nos HD’s e computadores apreendidos. Ressalta-se que, nesses casos, fica impossível, conforme requereu o Juízo, delimitar o pedido, nomear assistente técnico e formular quesitos sem que se tenha prévio conhecimento do conteúdo de tudo aquilo que foi apreendido, conteúdo esse não juntado aos autos e que, portanto não teve acesso a Defesa”, ressaltam os defensores do presidente do Instituto Lula.

Okamotto é réu por lavagem de R$ 1,3 milhão, valor pago pela empreiteira OAS em favor do ex-presidente Lula. A propina teria sido camuflada sob o manto de um contrato entre a OAS e a transportadora Granero, contratada para armazenar bens do ex-presidente da República. O montante foi “diluído” em 61 parcelas de R$ 21 mil. No termo firmado entre a empreiteira e a transportadora, o contrato traz como objeto o armazenamento de “material de escritório da OAS”. Em suma, mentiras a mais não poder para esconder um capítulo do maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos.

O objetivo do ziguezaguear jurídico da defesa de Okamotto é evitar ou postergar ao máximo a condenação de Lula, fazendo com o petista-mor escape da Lei da Ficha Limpa até a corrida presidencial de 2018. Ciente da proximidade da condenação e apostando em candidatura ao Palácio do Planalto como única saída para escapar de alguns anos atrás das grades, Lula continua sem provar sua inocência, algo que seus advogados também não conseguiram até então, a não ser no rastro de entrevistas e declarações rocambolescas e nada convincentes.

Aproveitando que a pauta desta matéria é corrupção, Lula ainda não explicou como consegue custear os honorários de uma equipe badalada de advogados, os quais não levantam da poltrona por alguns reles caraminguás. Considerando que o próprio ex-presidente afirmou em juízo que recebe mensalmente cerca de R$ 30 mil, há no caso da defesa um novo milagre da multiplicação.

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