O café The Elephant House, no centro histórico de Edimburgo, é considerado o berço de Harry Potter. No estabelecimento escocês foi escrita grande parte dos primeiros volumes da saga de Joanne K. Rowling. A ideia para a história do jovem bruxo surgiu mais cedo, durante viagem de trem de Manchester para Londres. Rowling era professora, tinha um bebê pequeno e havia acabado de se separar. Não podendo trabalhar devido à filha, ela recebia ajuda social e tinha muito tempo para escrever. O resto ficou por conta de sua fantasia.
Em 1995, ficou pronto o primeiro volume da série, “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Com seu manuscrito, Rowling bateu à porta de muitas editoras, conseguindo finalmente entregá-lo a um editor e recebendo o conselho de arranjar um emprego, pois livros infantis não enriqueceriam ninguém.
Vinte anos depois de o primeiro livro da saga Potter ser lançado em edição de apenas 500 exemplares, em 26 de junho de 1997, J. K. Rowling está entre as escritoras mais ricas do planeta. Ela conseguiu criar um mundo funcional tão próximo da realidade que os “trouxas” (muggles, em inglês) – como são chamadas na saga as pessoas sem poderes mágicos – chegam a acreditar nele.
Lucro milionário e filas em livrarias
A história de Harry Potter, que após muitos anos consegue derrotar Voldemort, seu inimigo mortal e assassino de seus pais, encheu sete grossos volumes. Publicados entre 1997 e 2007, eles foram traduzidos para quase 80 idiomas, vendendo mais de 450 milhões de exemplares. As adaptações para o cinema, entre 2001 e 2011, arrecadaram quase R$ 25 bilhões.
O sucesso, que não veio da noite para o dia, demorou alguns anos até que os fãs se estabelecessem. E foi com toda força: após o terceiro volume, Rowling tornou-se tão conhecida que o quarto livro já chegou ao mercado com milhões de cópias.
No momento em que cada vez mais jogos de computadores chamavam a atenção infantil, viam-se cenas que não combinavam de forma alguma com o espírito da época: no dia em que os novos volumes da série chegavam às livrarias, crianças e adolescentes formavam filas já na madrugada diante das lojas. Muitas delas já abriam as portas à meia-noite para poder atender à enorme demanda. O “hype” se manteve até a publicação do sétimo volume.
Atualmente, um exemplar original do primeiro livro da saga, disputado como se fosse o tesouro perdido, vale no mercado aproximadamente R$ 150 mil, mas quem tem essa preciosidade não se dispõe a vender.
“Hype” continua
Apesar de toda a história ter sido contada, os fãs de Harry Potter ainda podem seguir as pegadas do bruxo em parques temáticos ou locais de peregrinação relacionados a serie.
Rowling também criou alguns “spin-offs” (desdobramentos). Um deles é um livro didático fictício da escola de magia de Potter, Hogwarts, chamado “Animais fantásticos e onde habitam”. Em 2013, o livro foi transformado em filme, que chegou a ganhar um Oscar.
E, finalmente, em meados de 2016, Rowling satisfez a sede dos fãs de Harry Potter com a peça teatral intitulada “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada”, exibida em Londres. A história se passa 20 anos após o último livro de Potter. O bruxo, adulto, tem três filhos – e um bocado de problemas com o mais velho.
O roteiro da peça também foi publicado em forma de livro. Devido ao formato, a sua leitura é mais difícil que a dos outros volumes da série, o que não impediu que se tornasse um novo best-seller. (Com Deutsche Welle)