União Europeia impõe multa recorde à Google por abuso de mercado

O órgão antitruste da União Europeia (UE) impôs multa recorde de 2,42 bilhões de euros contra a gigante da tecnologia Google, por violar regras de concorrência no serviço de compras online. Bruxelas acusa a Google de abusar de seu domínio de mercado como ferramenta de busca e, consequentemente, dar vantagens ilegais ao seu próprio serviço de compras.

“A Comissão Europeia multou a Google em 2,42 bilhões de euros por violar as regras antitruste da UE”, informa comunicado emitido em Bruxelas nesta terça-feira (27).

“A Google negou a outras empresas a chance de competir e inovar. E, o mais importante, negou aos consumidores europeus uma verdadeira escolha de serviços e todos os benefícios da inovação”, afirmou a comissária europeia de concorrência, Margrethe Vestager.

A Comissão Europeia afirmou que a Google “deu uma colocação proeminente em seus resultados de busca a seu próprio serviço de compras comparativo, rebaixando os serviços rivais”.


De acordo com as regras da UE, a Google tem de mudar sua conduta no prazo de 90 dias. Caso contrário, a empresa americana enfrentará multas de até 5% do volume médio de negócios diários alcançado pela Alphabet, conglomerado que controla a Google. Mais importante para Google, no entanto, é que Bruxelas exigiu que o gigante tecnológico dos EUA altere suas práticas comerciais para atender às diretrizes da União Europeia.

A Google se opôs à decisão. “Estamos respeitosamente em desacordo com as conclusões anunciadas. Vamos rever a decisão em detalhes, enquanto consideramos apelar”, disse o vice-presidente e conselheiro geral da empresa, Kent Walker, em comunicado.

O caso é um dos três da UE contra Google e de vários outros contra empresas americanas de sucesso, incluindo Starbucks, Apple, Amazon e McDonald’s. Há cerca de um ano, Vestager chocou o mundo e irritou Washington com uma ordem contra a Apple, exigindo o reembolso de 13 bilhões de euros em impostos retroativos na Irlanda.

A multa pesada contra a Google é a maior já imposta na Europa por comportamento anticompetitivo, superando a de 1,06 bilhão de euros decretada em 2009 contra a Intel, fabricante americana de microprocessadores. (Com agências internacionais)

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