IPCA tem deflação de 0,23% em junho, primeira variação negativa em onze anos

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, encerrou o mês de junho com resultado negativo (deflação) de 0,23%. Trata-se do primeiro registro de deflação em onze anos. O resultado ficou 0,54 ponto percentual acima dos 0,31% de maio.

Os dados relativos ao IPCA foram divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o mais baixo para o mês de junho desde o início do Plano Real e o primeiro resultado mensal negativo desde os 0,21% de 2006. Em agosto de 1998, a taxa atingiu -0,51%.

Com esse resultado, o primeiro semestre do ano fechou com inflação oficial na casa de 1,18%, muito aquém dos 4,42% registrados no mesmo período do ano passado. Considerando os primeiros semestres, o resultado é o mais baixo da série histórica. Em relação aos últimos doze meses, o índice acumulado foi para 3%, abaixo dos 3,6% relativos aos doze meses imediatamente anteriores.


Esse índice negativo de inflação resulta de um cenário que há muito merece destaque no UCHO.INFO: os brasileiros estão consumindo cada vez menos, o que provoca a redução dos preços de produtos e serviços. Mesmo assim, o consumo ainda está em velocidade moderada, com o risco de a situação piorar caso não surja uma solução rápida para crise política que chacoalha que produz estragos em todo o País.

Ainda no campo da deflação, o resultado anunciado pelo IBGE aponta para um quadro que causa preocupação. Diante da necessidade de redução de preços em função da queda no consumo, empresários deixam de investir em seus negócios, medida que pode provocar o aumento do desemprego. Algo que vem tirando o sono de pelo menos 14 milhões de brasileiros.

Não obstante, a perda do poder de compra dos salários também contribuiu para o comportamento negativo da inflação no mês de junho. Com a resistência da crise econômica e as incertezas que rondam o cotidiano, os brasileiros reduziram drasticamente o consumo na esteira do medo em relação ao futuro. É preciso desatar o nó político que se formou na órbita das reformas trabalhista e previdenciária, antes que o caos torne-se ainda maior. (Com ABr)

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