Em nova derrota, Trump vê fracassar mais uma tentativa republicana de substituir o Obamacare

A mais recente proposta de lei do governo do trôpego Donald Trump para substituir o chamado Obamacare, sistema de saúde criado por Barack Obama, fracassou na segunda-feira (17) após mais dois senadores republicanos anunciarem oposição ao texto.

Com as novas debandadas, a bancada republicana não tem mais os votos necessários para aprovar a proposta apresentada pelo próprio partido no Senado e se mostra incapaz de propor uma alternativa viável à reforma impulsionada por Obama.

A principal dificuldade da liderança republicana é agradar aos dois lados dentro do partido: aqueles que acham que a proposta não avança o suficiente na eliminação das regras criadas por Obama e aqueles que acham que vai longe demais.

Diante do novo bloqueio, Trump pediu aos congressistas republicanos que “simplesmente revoguem” o Obamacare e iniciem o trabalho do zero. “Os republicanos devem simplesmente revogar o falido Obamacare e agora trabalhar em uma nova reforma da saúde. Os democratas vão se unir!”, escreveu Trump no Twitter. Ou seja, o bilionário bufão mostra ter uma necessidade insana de anular tudo o que foi feito pelo antecessor.

A sugestão de Donald Trump parece ter sido acolhida pelo líder republicano no Senado, Mitch McConnell, que anunciou que a prioridade passa a ser simplesmente revogar o Obamacare, sem substituto imediato. “A revogação do Obamacare, com um período de suspensão de dois anos, dará um período de transição estável”, afirmou McConnell, ao anunciar votação nesse sentido para os próximos dias.


Quatro republicanos contra

Os senadores que anunciaram oposição ao projeto são Mike Lee e Jerry Moran, que se uniram a Susan Collins e Rand Paul como os quatro republicanos que viraram as costas ao texto que substituiria o Obamacare, uma das principais promessas de campanha de Trump. Vários outros republicanos também expressaram dúvidas sobre a nova proposta.

Lee reclamou que a proposta republicana não avança o suficiente na eliminação das exigências de cobertura do Obamacare, enquanto Collins, um moderado, reclamou que os cortes deixariam milhões de pessoas sem proteção.

Os anúncios de Lee e Moran foram feitos depois de a liderança republicana no Senado decidir adiar a votação, prevista para esta semana, por conta da ausência do senador John McCain, que se recupera de uma cirurgia no olho.

Com a oposição dos quatro republicanos e dos 48 senadores democratas, unidos em bloco contra a revogação do Obamacare, os votos favoráveis à nova proposta ficariam abaixo dos 50 necessários.

Segunda versão

Esta é a segunda proposta de substituição do Obamacare que os republicanos levaram ao Senado, depois que a oposição dentro do próprio partido os forçasse a retirar, em junho, a primeira versão.

Da mesma forma que a anterior, a lei contemplava cortes pesados para o acesso ao programa de saúde aos mais pobres, conhecido como Medicaid, algo rejeitado pelos senadores republicanos mais moderados.

Segundo estudos independentes do escritório de orçamento do Congresso, entre 22 milhões e 24 milhões de pessoas perderiam seus planos de saúde nos próximos dez anos com as propostas dos republicanos. (Com agências internacionais)

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