A taxa média de juro do rotativo do cartão de crédito, para quem paga o valor mínimo da fatura, caiu em junho. A taxa chegou a 230,4% ao ano no mês passado, com redução de 28,1 pontos percentuais em relação a maio, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Banco Central (BC).
Por outro lado, a de juro taxa cobrada dos usuários de cartão que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura subiu 6,8 pontos, passando para 460,7% ao ano, em junho. Com isso, a taxa média da modalidade de crédito ficou em 378,3% ao ano, com alta de 0,4 ponto percentual em relação a maio.
Se com uma taxa de 230% ao ano o consumidor não consegue quitar a fatura do cartão, não será com juro de 460% que a dívida será liquidada. Falta sensibilidade e boa vontade por parte dos envolvidos direta e indiretamente nesse negócio para enxergar o óbvio: o País está mergulhado em grave crise econômica e parte da população tornou-se insolvente. Em outras palavras, o assalto continua de forma deliberada e as operadoras de cartão de crédito e as instituições financeiras estão lucrando “como nunca antes na história deste país”.
Cheque especial
A taxa de juro do cheque especial ficou em 322,6 % ao ano, em junho, com redução de 2,5 pontos percentuais na comparação com maio. A taxa média de juro para as famílias caiu 1,2 ponto percentual e ficou em 63,3% ao ano em junho. No caso das empresas, a taxa caiu 1,3 ponto percentual e foi para 24,8% ao ano.
A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, ficou em 5,8%, com redução de 0,1 ponto percentual em relação a maio. No caso das pessoas jurídicas, a taxa chegou a 5,3%, com queda de 0,7 ponto percentual. Esses dados são do crédito livre. em que os bancos têm autonomia para aplicar dinheiro o captado no mercado.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) a taxa de juros para as pessoas físicas caiu 0,5 ponto percentual, passando para 9,2% ao ano. A taxa cobrada das empresas subiu 0,4 ponto percentual para 11,7% ao ano. A inadimplência das famílias caiu 0,3 ponto percentual para 1,9 % e das empresas, ficou foi reduzida em 0,2 ponto percentual, chegando a 2%, em junho.
O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos ficou em R$ 3,078 trilhões, com alta de 0,4%, no mês. Em 12 meses, houve retração de 1,6%. Em relação a tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) , o volume correspondeu a 48,5%, com redução de 0,1 ponto percentual em relação a maio. (Com informações da ABr)