Depois de comandar o período mais corrupto da história nacional e consentir e se beneficiar do Petrolão, Lula quer transformar sua condição de réu em ações penais decorrentes da Operação Lava-Jato em plataforma para um eventual retorno à Presidência da República, caso não seja barrado pela Lei da Ficha Limpa.
Lula, por meio de seus advogados, recusou a proposta do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que sugeriu depoimento por videoconferência como forma de evitar gastos desnecessários com aparato de segurança na capital paranaense. O ex-metalúrgico faz questão que seu depoimento, no âmbito de processo sobre corrupção e lavagem de dinheiro a partir de contratos entre a Petrobras e a Odebrecht, seja presencial.
A postura de Lula tem por objetivo estar novamente diante de Sérgio Moro, ocasião em que mais uma vez abusará do deboche para fazer a alegria da sua insana claque. Até porque, o petista-mor só consegue ser notícia quando aciona o seu conhecido bestiário populista, que entre tantas bizarrices contempla a absurda tese de que “Moro deve prestar contas com a história”.
A denúncia do Ministério Público Federal versa sobre a aquisição de um imóvel em benefício do petista, onde seria construída a nova sede do instituto que leva o nome do ex-presidente, e de um apartamento de cobertura contíguo ao de Lula, em São Bernardo do Campo.
A situação de Lula não é das mais confortáveis nesse caso, pois em relação ao apartamento não houve pagamento de aluguel do imóvel, como alega a defesa do ex-presidente. O apartamento foi comprado por um primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, sem que o mesmo tivesse recebido qualquer quantia referente à aludida locação. Os alugueis começaram a ser pagos após novembro de 2015, quando o escândalo veio a público.
O ex-presidente teria “locado” o apartamento vizinho ao seu sob a desculpa de armazenar pertences pessoais, muitos dos quais relacionados ao período em que Lula esteve presidente da República. O pagamento da propina que permitiu a compra do apartamento em São Bernardo do Campo foi negociado pelo “companheiro” Antonio Palocci Filho, preso na Operação Lava-Jato, e seu assessor parlamentar Branislav Kontic.
Apenas para lembrar, muito estranhamente Palocci ainda não selou com o Ministério Público Federal acordo de delação premiada, apesar de ter afirmado ao juiz Sérgio Moro, durante audiência em Curitiba, que estava disposto a colaborar com a Justiça.
Coincidência ou não, Lula engrossou sua defesa com a contratação do renomado criminalista José Roberto Batochio, que por sua vez defende Palocci. Considerando que a participação de Batochio na defesa de Lula está muito aquém da sua reconhecida atuação como criminalista, muitas vezes ficando à sombra do empertigado e histriônico Cristiano Zanin Martins, há algo mal contado nesse enredo.