Votação de denúncia contra Temer servirá de palanque para a oposição raivosa e a esquerda revanchista

Nesta quarta-feira (2), o plenário da Câmara dos Deputados será palco de um espetáculo pífio e decadente, no qual será decidido o futuro do presidente Michel Temer (PMDB), denunciado por corrupção passiva pela Procuradoria-Geral da República.

Longe de ser um evento em que serão discutidos os interesses de um país mergulhado em grave e preocupante crise, a decisão sobre a aceitação ou não da denúncia contra o peemedebista servirá como palanque para políticos e partidos que estão de olho nas eleições do próximo ano.

A questão não é defender a impunidade e poupar Temer de um julgamento, pelo contrário, mas de exigir coerência no momento em que o Brasil atravessa um período de dificuldades, muitas das quais herdadas dos governos petistas, os mais corruptos da história nacional. Resta saber se um eventual afastamento do presidente da República, faltando menos de um ano para o início do processo eleitoral, será benéfico ao País.

Em jogo não está a permanência de Michel Temer no cargo, mas a sobrevivência de alguns partidos e a tentativa de outros de retornar ao poder para completar o desastre. A oposição, hoje liderada pela esquerda colérica e revanchista, radicalizou o discurso como forma de não desaparecer da cena política verde-loura.

Infelizmente, não há no Congresso um só político que não tenha cometido ao longo da carreira uma transgressão. Se levada a lei ao pé da letra, todos os ocupantes do Parlamento federal deveriam ser despejados de seus mandatos por ilegalidades. Como o Brasil é o reino do “faz de conta”, transgressões menores são aceitas com rapidez e de forma vil.

Sem votos suficientes para aprovar em plenário a continuidade da investigação contra Michel Temer, a oposição, que nem de longe se preocupa com o Brasil e aos brasileiros dedica seguidas aleivosias, tentará, por meio de manobras espúrias, arrastar ao máximo o processo de votação para desgastar o governo. Como se algumas horas pudessem mudar o resultado que já é conhecido.


Mesmo assim, o circense e rocambolesco espetáculo acontecerá com excessivas doses de desfaçatez, enquanto os brasileiros de bem estarão lutando pela sobrevivência diária. O melhor exemplo desse movimento embalado pelo revanchismo oposicionista surgiu no entorno da maior cidade brasileira, São Paulo, com os ditos movimentos sociais bloqueando as principais rodovias do País (Anchieta, Dutra e Régis Bittencourt). Em meio à grave crise econômica, algumas pessoas encontram tempo e disposição para arruaças financiadas com o suado dinheiro do trabalhador.

Essa demonstração de incoerência não é privilégio dos tutelados pela oposição, mas também e principalmente daqueles que comandam essa reação raivosa, típica de quem não mais consegue viver longe do melado em que se transformou o poder central.

Um dos líderes do movimento contra Michel Temer na Câmara é o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), que enche os pulmões para defender a derrubada do presidente da República. Delgado, que sonha em governar Minas Gerais, precisa de palanque e holofotes para convencer o eleitorado. Na verdade, Júlio Delgado deveria imbuir-se de coragem e explicar à população os escárnios cometidos por seu partido.

O PSB, para quem não se recorda, é o partido do finado Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e que morreu em acidente aéreo, na cidade de Santos, durante a corrida presidencial de 2014. Desde então, o escândalo de corrupção envolvendo o avião usado por Campos não foi esclarecido. De igual modo, o ex-governador recebeu gordas propinas da Odebrecht para viabilizar fraudes no Porto de Suape e em uma presídio e uma adutora do estado nordestino.

Outro político que abusa da incoerência ao soltar a voz contra o presidente da República é o deputado petista Carlos Zarattini, líder do partido na Câmara. Integrante da legenda responsável pelo período mais corrupto da história brasileira e pela destruição da economia nacional, Zarattini ousa dizer que “o governo está prejudicando a população”. Ora, o Brasil só vive uma grave e múltipla crise por conta das lambanças cometidas pelo PT, mas o líder petista insiste em fingir que nada disso aconteceu.

Quando o UCHO.INFO afirma que para consertar o enorme estrago provocado pelo PT e seus “puxadinhos ideológicos” serão necessárias cinco décadas de esforço continuado por parte da população, não se trata de exagero. É preciso compreender que a máquina do Estado, como um todo, foi criminosamente aparelhada e um processo de assepsia demandará, na melhor das hipóteses, trinta anos.

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